Roadmap Baku-Belém busca US$ 1,3 trilhão anual para financiamento climático em países em desenvolvimento, superando o compromisso de US$ 300 bilhões. Documento surge após críticas de delegações africanas e de pequenos estados
Em uma iniciativa conjunta, as presidências das COP29 e COP30 lançaram o Roadmap Baku-Belém, um documento que estabelece metas e mecanismos concretos para mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano em financiamento climático até 2035 para países em desenvolvimento.
O plano, construído a partir de 227 submissões de governos, instituições e sociedade civil, busca ir além do compromisso de US$ 300 bilhões anuais fechado em Baku, valor que deixou nações vulneráveis em revolta e foi classificado como “insultante” por delegações africanas e de pequenos Estados insulares ao término da COP29.
O documento estrutura-se em torno de seis estratégias principais que tentam endereçar as lacunas deixadas pelo acordo de Baku. Incluem-se a falta de financiamento adequado, a inclusão de grupos vulneráveis da discussão, como povos indígenas e mulheres, a falta de resiliência fiscal, a necessidade de capacitação e preparação de projetos, a falta de coordenação e interoperabilidade nas economias globais e a adaptação e transparência.
A questão que paira sobre Belém é se o roadmap deve representar uma virada real na arquitetura financeira global ou apenas um exercício diplomático para acalmar os ânimos.
André Corrêa do Lago, presidente da COP30, destacou que muitos países gastam mais do que o necessário para lidar com as mudanças climáticas, devido às altas taxas de juros. 45% dos países menos desenvolvidos e 74% dos pequenos Estados insulares enfrentam crises de dívida ou alto risco de endividamento.
Para enfrentar esse gargalo, propõe-se cláusulas de resiliência climática em contratos de dívida, trocas de dívida por natureza e reestruturação com condicionalidades climáticas – mecanismos que, embora inovadores, dependem da boa vontade, agora de credores internacionais.
A decisão de não incluir o roadmap na agenda formal de negociações da COP30, mas sim na agenda de ação, levantou questões sobre a real disposição dos países em implementar as recomendações. Quando falamos de implementação, falamos de implementação.
Usamos as regras do Acordo de Paris. Não precisamos de aprovação para que países decidam o que implementar. Você precisa de aprovação para mudar regras atuais. E este não é o caso. A estratégia é arriscada, mas a aposta é em novos atores e velhos problemas.
A pandemia mudou tudo. A durante a crise do covid-19 mostrou ser possível dar escala e velocidade para projetos importantes.
O Roadmap Baku-Belém representa um esforço ambicioso para reformular a arquitetura financeira global e enfrentar a crise climática. O sucesso dependerá da implementação efetiva das recomendações, da vontade política dos doadores e da colaboração entre diversos atores, incluindo governos, empresas e sociedade civil.
A COP30 em Belém terá um papel crucial para determinar se o roadmap será um catalisador para a ação climática ou apenas mais uma promessa não cumprida.
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