Robert Prevost, de 69 anos, torna-se o primeiro papa americano da história, assumindo o título de Leão XIV

O Conclave elegeu o cardeal Robert Prevost como o 267º Bispo de Roma. O anúncio à multidão foi feito pelo cardeal protodiácono Dominique Mamberti. O cardeal americano Robert Prevost, 69, é o novo papa Leão 14.

08/05/2025 14h59

4 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

O Conclave elegeu o cardeal Robert Prevost como o 267º Bispo de Roma. O anúncio foi feito por meio do cardeal protodiácono Dominique Mamberti.

O cardeal americano Robert Prevost, de 69 anos, tornou-se o Papa Leão 14. Após a emissão da fumaça branca pela chaminé da Basílica de São Pedro, a multidão presente na praça ouviu o anúncio de “Habemus Papam” e, finalmente, o nome escolhido por Prevost para ser o 267º líder da Igreja Católica. Em uma decisão inesperada do conclave, o Vaticano possui seu primeiro papa dos Estados Unidos na história. Ele liderará 1,4 bilhão de fiéis em todo o mundo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A eleição de Leão XIII interrompe a previsão de que o Vaticano retornasse à liderança de um europeu, após a nomeação de Francisco como o primeiro papa latino-americano. O cardeal Pietro Parolin, figura de destaque na Santa Sé, era considerado o principal candidato a essa posição.

Robert Prevost, nascido em 14 de setembro de 1955, em Chicago, entrou para a Ordem de Santo Agostinho em 1977 e fez os votos permanentes em 1981.

Leia também:

Bacharelou em Matemática pela Universidade Villanova, possui mestrado em Teologia pela Catholic Theological Union, em Chicago, e doutorado em Direito Canônico pelo Colégio Pontifício de Santo Tomás de Aquino, em Roma.

Reconhecido por sua atuação missionária no Peru na década de 80, onde adquiriu espanhol e desenvolveu contato com os fiéis latino-americanos da Igreja. Considerado mais progressista que outros cardeais americanos, vistos como conservadores e, em diversos casos, contrários a Francisco.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apesar de ser um país de maioria protestante, os Estados Unidos possuem a quarta maior população católica do mundo, com 85,3 milhões de pessoas. Ficam atrás apenas do Brasil, México e Filipinas. Também são a segunda nação mais representada no Colégio Cardinalício, com 10 membros, em contraste com 17 da Itália. Contudo, nunca um cardeal americano havia sido incluído nos nomes mais proeminentes de um conclave, e os candidatos atuais competiam fora.

A eleição do conclave fará com que os olhares se voltem para a relação do Vaticano com os EUA sob Donald Trump, com diversos atritos ao longo do papado de Francisco. Pouco após a morte do pontífice, ao ser questionado por um jornalista sobre quem deveria ser o próximo chefe da Igreja, Trump afirmou: “Eu gostaria de ser papa. Essa seria minha escolha número um”. Em seguida, declarou não ter preferência, mas fez referência ao arcebispo de Nova York. “Devo dizer que temos um cardeal que por acaso é de um lugar chamado Nova York, que é muito bom, então veremos o que acontece”.

O cardeal em questão era Timothy Dolan, arcebispo de Nova York, que estava entre os indicados.

A principal controvérsia envolvendo Trump ocorreu dias depois, em um caso que provocou indignação entre católicos. O presidente publicou nas redes sociais uma imagem produzida por inteligência artificial, na qual aparece retratado como papa, sentado em uma cadeira de estrutura dourada. Após críticas, declarou que não teve “nada a ver” com a publicação e classificou a imagem como uma piada.

Alguém tirou uma foto minha usando uma roupa de papa e a publicou na internet. Não fui eu quem fez isso e não tenho ideia de como a imagem surgiu. Talvez tenha sido inteligência artificial, mas não sei nada sobre isso.

Questionado sobre a publicação da imagem em seu perfil oficial, Trump minimizou de maneira sarcástica. “Minha esposa achou fofo. Ela disse: ‘Não é legal?’ Na verdade eu não poderia me casar. Até onde é do meu conhecimento, papas não podem se casar.”

Curiosamente, um dos últimos compromissos que Francisco teve antes de morrer foi uma reunião com o vice-presidente dos EUA, J. D. Vance, que é católico. Eles estiveram juntos no domingo de Páscoa, véspera da morte do papa. A reunião abordou a situação de refugiados, dois meses após o Francisco ter criticado a posição do governo americano sobre o tema.

Vance aderiu ao catolicismo na idade adulta, em 2019. Os Estados Unidos possuíram apenas dois presidentes católicos: John F. Kennedy e Joe Biden. O atual vice-presidente antes considerou o ateísmo e depois ingressou na Igreja Católica.

Em 2016, durante a campanha eleitoral nos EUA, Francisco criticou a proposta de Trump de construir um muro na fronteira com o México. Ele declarou na época que “buscar salvadores que nos defendam com muros é perigoso”. A frase de “construir pontes, não muros”, em um claro direcionamento ao republicano, foi lembrada pelo decano do Colégio Cardeal Giovanni Battista Re na homilia que proferiu durante a missa do funeral do papa argentino.

Francisco e Trump teriam um encontro na Casa Branca no ano seguinte. A ocasião ficou marcada pela divulgação de uma fotografia da reunião, principalmente por causa da expressão do ex-presidente, que não demonstrou disposição para sorrir ao lado do presidente Donald Trump, da primeira-dama Melania Trump e de Ivanka Trump.

A desconfiança entre Washington e Vaticano, contudo, remonta a 2003. O embaixador americano junto à Santa Sé, Jim Nicholson, criticou a oposição da Igreja Católica à guerra no Iraque, afirmando que o Vaticano não compreendia que a derrubada de Adolf Hitler na década de 1930 teria sido a melhor forma de evitar uma tragédia.

Estados Unidos e Vaticano não mantiveram relações diplomáticas por 117 anos, retomando-as em 1984, sob o governo republicano de Ronald Reagan e o pontificado de João Paulo II. Em 1867, o Congresso americano aprovou uma legislação que proibiu qualquer financiamento a missões diplomáticas americanas junto à Santa Sé, resultando na ruptura.

Fonte: Jornal Cidade

Ative nossas Notificações

Ative nossas Notificações

Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.