Rodrigo Paz é o novo presidente da Bolívia e encerra 20 anos de governos de esquerda

Economista de 58 anos, filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, vence Jorge Quiroga e põe fim a 20 anos de governos de esquerda no país.

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(Imagem de reprodução da internet).

Rodrigo Paz é eleito presidente da Bolívia

O senador Rodrigo Paz, de 58 anos, conquistou neste domingo, 19, o segundo turno das eleições presidenciais na Bolívia, obtendo 54,5% dos votos, enquanto o ex-presidente conservador Jorge Quiroga recebeu 45,4%. Economista do Partido Democrata Cristão (PDC), Paz se apresenta como um reformista moderado que busca um “capitalismo para todos”. Ele tomará posse em 8 de novembro, enfrentando desafios econômicos e políticos significativos.

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Nascido na Galícia, Espanha, em 1967, durante o exílio de seu pai, o ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993), Paz viveu em dez países antes de se estabelecer na Bolívia aos 15 anos. Formado em Relações Internacionais e com mestrado em Gestão Pública pela American University, em Washington, ele iniciou sua carreira política aos 32 anos como deputado por Tarija, passando por diversos cargos até se tornar senador.

Estratégia de campanha

Analistas atribuem o sucesso de Paz no primeiro turno à sua conexão com as camadas populares nas áreas rurais e periféricas, onde o MAS tradicionalmente vencia. Desde 2021, ele visitou diversos municípios, participando de festividades e desfiles com sindicatos, uma estratégia que se refletiu em sua campanha.

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Outro fator que contribuiu para seu apoio popular foi seu vice, Edman Lara, ex-policial conhecido por denunciar corrupção na polícia boliviana. Apesar de polêmicas em suas declarações, Paz sempre defendeu seu companheiro de chapa. Apoiadores de Quiroga acusaram Paz e o PDC de serem um “cavalo de Troia” do MAS, acusação que ele nega.

Propostas para a economia

O lema de campanha de Paz foi “Capitalismo para todos”, com promessas de crédito acessível, redução de impostos e tarifas para importação de tecnologia e veículos. Ele também se comprometeu a destinar 50% do orçamento nacional às nove regiões da Bolívia e a recuperar a estabilidade fiscal do país.

Paz prometeu que não prejudicará áreas essenciais como saúde, educação e segurança. Ele planeja reduzir impostos, facilitar o acesso ao crédito e eliminar restrições às importações. Além disso, pretende cortar subsídios aos combustíveis e descentralizar o orçamento, enfatizando a importância de garantir que as pessoas possam trabalhar e se alimentar.

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Desafios pela frente

A eleição de Paz marca uma ruptura histórica na política boliviana, já que desde 2006 o país era governado pelo Movimento ao Socialismo (MAS). O novo presidente enfrentará uma sociedade polarizada e um Congresso onde o MAS ainda possui uma força significativa.

Além disso, Paz terá que lidar com desafios econômicos, como a inflação e a escassez de combustíveis, que marcaram o fim da era socialista na Bolívia. Esta é a primeira vez em duas décadas que um presidente de direita assume o cargo por meio de eleições populares.

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