O prefeito de Bucareste, NicuÈor Dan, obteve a vitória na eleição presidencial da Romênia neste domingo (18), superando George Simion, um candidato nacionalista de extrema direita que defendia uma orientação política semelhante à do ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
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Os resultados oficiais de quase todas as seções eleitorais indicavam Dan com aproximadamente 54% dos votos válidos. Simion obteve, por sua vez, cerca de 46%.
Dan, um matemático de 55 anos, assumiu a liderança nos últimos dias após semanas de Simion, um crítico da União Europeia que desejava interromper o apoio militar à Ucrânia em sua guerra contra a Rússia. A eleição registrou o maior comparecimento às urnas em 25 anos no país.
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Simion, que havia sido o mais votado no primeiro turno, duas semanas atrás, com 41% dos votos, inicialmente declarou vitória, mas depois admitiu a derrota.
Dan lançou sua campanha prometendo combater a corrupção generalizada, assegurar o apoio à Ucrânia – onde a Romênia tem desempenhado um papel logístico relevante – e garantir que o país persista em sua trajetória europeia.
Dan, com forte posicionamento a favor da União Europeia e da OTAN, declarou na campanha que o apoio à Ucrânia era fundamental para a segurança da Romênia, considerando a crescente ameaça representada pela Rússia.
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, congratulou-se com Dan por sua “vitória histórica” e escreveu nas redes sociais: “Para a Ucrânia – como vizinha e amiga – é importante ter a Romênia como parceira confiável.”
Período difícil pela frente.
Dan percebeu que a tarefa de encontrar um primeiro-ministro capaz de negociar uma maioria no Parlamento para diminuir o déficit orçamentário da Romênia – o maior da União Europeia – representaria um desafio, além de amenizar os mercados e evitar uma queda na classificação de crédito.
Haverá um período difícil pela frente, necessário para um reequilíbrio econômico que lance as bases de uma sociedade saudável. Por favor, tenham esperança e paciência.
Ele declarou que as negociações podem demorar algumas semanas.
A eleição ocorreu aproximadamente seis meses após o cancelamento da votação inicial, em razão de uma suposta interferência russa – negada por Moscou – a favor do candidato de extrema direita Calin Georgescu, que foi impedido de concorrer novamente.
Se Georgescu tivesse triunfado, a Romênia provavelmente estaria mais próxima da Rússia. Simion buscou aproveitar o suporte a Georgescu, assegurando-o de que o nomearia primeiro-ministro caso fosse eleito.
Após o término da votação, Simion afirmou: “A eleição é clara. Eu venci! Sou o novo presidente da Romênia e estou devolvendo o poder aos romenos!”, escreveu ele no Facebook. Posteriormente, na mesma noite, reconheceu a derrota.
O presidente da Romênia possui poderes substanciais, incluindo a liderança do conselho de defesa, responsável por decisões sobre assistência militar. Ele também exerce influência na política externa, podendo bloquear resoluções da UE que necessitam de consenso unânime.
Fonte: CNN Brasil