O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou, na terça-feira (29.jul.2025), que “ninguém conversa sozinho”, em referência às negociações sobre a tarifa imposta pelo ex-presidente Donald Trump (Partido Republicano) sobre produtos brasileiros.
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Costa, em entrevista à Rádio Serra Dourada, de Ipiranga (BA), declarou que os Estados Unidos não demonstram interesse em diálogo e reiterou a possibilidade de adotar medidas equivalentes. A alíquota de 50% sobre todos os produtos brasileiros está programada para entrar em vigor a partir de 1º de agosto.
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“Do nosso lado, considerando que é uma posição unilateral até agora deles, estamos dispostos a conversar, mas conversa precisa de dois interessados, ninguém conversa sozinho, só é conversa quando o outro está interessado em conversar, e até aqui eles não têm dado demonstrações firmes de interesse em conversar”, afirmou.
O ministro afirmou que os senadores que se encontram nos Estados Unidos para tentar negociar com o país encontram todos os canais fechados, indicando que o assunto está restrito à Casa Branca, a qual os brasileiros não conseguiram acessar.
Adicionalmente, declarou que o Brasil não deve prosseguir com as compras dos Estados Unidos, visto que estes não desejam ter relação comercial com os brasileiros.
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Se essas tarifas forem confirmadas e implementadas, medidas de reciprocidade serão tomadas, uma vez que, se eles não desejam manter relações comerciais com o Brasil, o Brasil também não precisa continuar comprando deles, podendo comprar de outros países.
Costa declarou que não é positivo para nenhum país uma guerra comercial. De acordo com ele, o Brasil já planeja ações para auxiliar as empresas e produtores rurais em caso de confirmação da tarifa.
Para o ministro, as implicações negativas serão para os americanos, que terão produtos mais caros, e para os empresários brasileiros, que sofrerão no primeiro momento. Ele declarou que o governo já trabalha para redirecionar os produtos do Brasil para outros mercados.
Empresas de tecnologia regulamentadas.
O ministro declarou, na mesma entrevista, que se faz necessária a regulamentação das redes sociais, pertencentes às grandes empresas de tecnologia. Ele afirmou que é “inadmissível” que as empresas obtenham lucro com conteúdos ilegais e de ódio.
Não é possível que uma empresa obtenha lucro divulgando vídeos de prostituição infantil, de pedofilia, de crime organizado, de comércio de drogas, de difamação ou de agressão racial contra outras pessoas. Ganhe dinheiro divulgando esses vídeos, postando em rede social.
As grandes empresas de tecnologia, que já foram objeto de decisões judiciais no Brasil, também foram mencionadas na carta de Donald Trump (Partido Republicano) que anunciou tarifas ao país.
6 meses de isolamento
Apesar de afirmar que o governo Lula tem se esforçado para negociar “sem qualquer contaminação política ou ideológica” desde o dia 9 de julho, quando Donald Trump anunciou a tarifa, os atos e declarações do presidente, de integrantes do PT e do governo não têm seguido essa orientação.
O cenário para uma possível negociação de alto nível se deteriorou. Essa piora foi percebida também em Washington devido a algumas decisões recentes do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O petista não demonstrou interesse em realizar uma reunião direta com Trump desde a posse do norteamericano (em 20 de janeiro). Afirmou não ter assunto para conversar e teria de ficar contando piada.
Transcorreram seis meses de distanciamento entre o Brasil e os Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou não ter conseguido obter uma reunião com o chefe do Departamento de Estado norte-americano, Marco Rubio.
O presidente brasileiro afirmou, na semana passada, que, caso Trump estivesse impondo tarifas, o Brasil solicitaria 6, em referência à estratégia do truco, onde o blefe é fundamental. Em essência, o presidente brasileiro indicou que o norteamericano estaria blefando.
O petista também reclama que ninguém atende aos pedidos de conversa com o Brasil, sem relembrar que em 2024 afirmou que Trump era uma espécie de fascismo e nazismo com nova cara.
Fonte por: Poder 360