Rússia ajuda Coreia do Norte a lançar satélite espião, diz inteligência da Coreia do Sul
01/11/2023 às 11h00
A Coreia do Norte está nos estágios finais dos preparativos para o lançamento de um satélite espião e as chances de sua terceira tentativa ter sucesso são altas, informou a agência de inteligência da Coreia do Sul nesta quarta-feira (1º).
Segundo o Serviço Nacional de Inteligência (NIS), a Coreia do Norte enviou mais de 10 carregamentos de munições para a Rússia, que seriam utilizados na guerra contra a Ucrânia, incluindo mais de um milhão de cartuchos de artilharia.
De acordo com Yoo Sang-bum, um membro da comissão parlamentar sul-coreana, a Rússia gasta cerca desse montante de munições durante dois meses de guerra com a Ucrânia.
O NIS elaborou um relatório em uma reunião privada do comitê de inteligência do parlamento.
Os carregamentos foram feitos por navios que se deslocavam entre um porto da costa leste da Coreia do Norte e portos russos, como os Estados Unidos relataram anteriormente, bem como por via aérea a partir da Coreia do Norte, acrescentou a agência.
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De acordo com Yoo, um relatório do NIS afirmou que a Coreia do Norte está produzindo munições em suas fábricas, atendendo à demanda militar da Rússia. Além disso, eles estão envolvendo moradores e fábricas civis na produção de caixas de munição para exportação.
A Coreia do Norte tentou lançar seu primeiro satélite de reconhecimento duas vezes este ano, mas as partes que impulsionam a nave tiveram problemas e as tentativas falharam.
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, está lançando um foguete como parte de seus esforços para fortalecer as capacidades militares do país. Isso inclui mísseis de longo alcance, submarinos com mísseis balísticos e mísseis super velozes.
A Coreia do Norte parece ter recebido assistência técnica da Rússia e provavelmente está verificando o motor e o mecanismo de lançamento do veículo lançador, disse Yoo, citando o NIS, mas acrescentou que não forneceu mais detalhes por razões de segurança.
O governo da Coreia do Norte disse que iria tentar lançar um míssil em outubro, mas ainda não deu nenhuma sinal de que está pronto para fazer isso.
Kim se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, em setembro, no Extremo Oriente russo. Durante a visita, Kim teve a oportunidade de conhecer a avançada estação de lançamento espacial russa. Esse encontro despertou especulações de que a Rússia poderia oferecer apoio ao programa espacial da Coreia do Norte em troca de armas convencionais.
Ao receber Kim, Putin disse que a Rússia ajudaria a Coreia do Norte a construir satélites, sem fornecer detalhes.
Blinken irá à Coreia do Sul.
De acordo com Yoo, a Coreia do Norte ainda precisa de dinheiro e expertises para seu programa de satélites. Parece que eles ainda não sabem retornar ogivas de mísseis balísticos intercontinentais à atmosfera com tecnologia dominada.
A Coreia do Sul, o Japão e os Estados Unidos criticaram a Coreia do Norte por fornecer armas e equipamentos militares para a Rússia. Eles apresentaram evidências para comprovar essas entregas.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, vai viajar para a Coreia do Sul nos dias 8 e 9 de novembro. Ele terá uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Park Jin, para conversar sobre assuntos relacionados à Coreia do Norte, informou a Coreia do Sul nesta quarta-feira.
De acordo com o NIS (National Intelligence Service), a Coreia do Norte está buscando apoio da Rússia em relação a armas e está tentando adquirir caças e outras aeronaves russas.
A Coreia do Norte negou fornecer armas à Rússia e não concordou com relatos de especialistas militares que dizem que suas armas estão sendo usadas pelo Hamas na luta contra Israel.
Yoo também disse que a Coreia do Norte enviou uma delegação para a Rússia em outubro, composta principalmente por especialistas em artilharia.
Yoo repetiu que a Coreia do Norte parece estar tentando usar a guerra entre Israel e Hamas de várias maneiras.
Recebemos ordens de Kim Jong-un para explorar maneiras de ajudar amplamente os palestinos.
A Coreia do Norte e a China estão por trás de mais de 80% dos ataques cibernéticos contra a Coreia do Sul, informou também a agência. O NIS e o FBI congelaram bens equivalentes a US$ 3,45 milhões (cerca de R$ 17 milhões) roubados pela Coreia do Norte através de pirataria informática, afirmou.