Rússia e Ucrânia trocam acusações de ataques após diácom Trump
O presidente dos Estados Unidos declarou que os países começariam a negociar um cessar-fogo após a comunicação com o líder russo.

Ucrânia e Rússia se acusam mutuamente de lançar drones de ataque durante a noite, após o presidente russo, Vladimir Putin, ter conversado por telefone com o presidente americano, Donald Trump, e ter reiterado sua recusa em um cessar-fogo imediato.
A Força Aérea da Ucrânia relatou que Moscou lançou 108 drones Shahed e “vários tipos de drones de alerta”, informando que as defesas aéreas destruíram 93 deles nas regiões leste, centro e norte do país.
Os ataques se produziram após Trump e Putin terem realizado uma conversa de quase duas horas na segunda-feira (19) — Trump no Salão Oval e Putin por telefone durante uma visita a uma escola de música na cidade de Sochi.
LEIA TAMBÉM:
● Estados Unidos flexibilizam sanções à Síria após acordo de Trump
● Rússia divulgará projeto de acordo de paz após celeração de trocas de detentos
● Condenação de qualquer ato de antissemitismo
Após a ligação, o líder americano declarou que Kiev e Moscou iniciarão as negociações de cessar-fogo “imediatamente”.
Putin afirmou que o Kremlin está preparado para colaborar com a Ucrânia em um possível cessar-fogo por um período específico, contanto que os acordos relevantes sejam estabelecidos.
O assessor presidencial do Kremlin, Yury Ushakov, afirmou que nem Putin, nem Trump trataram de estabelecer um prazo para uma possível trégua.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que Moscou busca prolongar as negociações com o objetivo de manter o conflito em andamento.
É evidente que a Rússia está buscando ganhar tempo para prosseguir com sua guerra e ocupação, escreveu Zelensky nas redes sociais após uma conversa com o presidente finlandês, Alexander Stubb, sobre a ligação de Trump com Putin.
Conversei com o Presidente da Finlândia @AlexStubb.
Informamos uns aos outros sobre nossos contatos com parceiros e discutimos os detalhes da conversa de ontem com o @POTUS. O ponto principal é que a diplomacia voltada para a paz deve ser bem coordenada e focada em resultados concretos.
It… pic.twitter.com/UuOMsR2h3V
Volodymyr Zelenskyy @ZelenskyyUa – 20 de maio de 2025
Putin já havia desconsiderado uma proposta de Washington e Kiev para um armistício de 30 dias e, na semana anterior, recusou o convite de Zelensky para uma reunião pessoal em Istambul.
Diante do impasse nas negociações com a Turquia, o presidente americano declarou que não se esperava um progresso substancial nas negociações de paz até que ele pudesse conversar diretamente com Putin.
Após o contato telefônico entre Trump e Putin, a situação permanece inalterada, afirmou Mykhailo Podolyak, assessor de Zelensky.
Sanções contra a Rússia
Os líderes europeus intensificaram a pressão sobre a Rússia por meio de sanções após o anúncio americano sobre o envolvimento com Putin, afirmou o chanceler alemão, Friedrich Merz, em publicação no X na noite de segunda-feira (19).
A Europa e os Estados Unidos estão muito alinhados: acompanharemos de perto a Ucrânia no caminho para um cessar-fogo de perto. A Europa aumentará a pressão sobre Moscou por meio de sanções. Discutimos isso com o @POTUS após sua conversa com Putin.
O Chanceler Federal Friedrich Merz (@bundeskanzler) em 19 de maio de 2025.
Trump afirmou que não se uniria a novas sanções contra a Rússia “porque há uma chance”.
Acredita-se que existe a possibilidade de alcançar algo, contudo, se isso ocorrer, também podemos agravar significativamente a situação. No entanto, pode haver um momento em que isso aconteça.
Após a ligação, Zelensky declarou que haveria conversas sobre o futuro local de uma nova rodada de negociações — cujo objetivo principal seria alcançar um cessar-fogo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou à TASS que “até o momento, nenhuma decisão específica foi tomada em relação ao local para a continuidade de possíveis contatos futuros” com autoridades ucranianas.
“Estamos primariamente interessados em uma solução rápida, eliminando as causas subjacentes deste conflito”, declarou Peskov.
William Taylor, ex-embaixador dos EUA na Ucrânia e membro do Conselho Atlântico, afirmou que “Putin quer que a Ucrânia se renda” no programa “The Newsroom with Rosemary Church” da CNN.
Ele deseja que a Ucrânia se rendesse. Ele quer que a Ucrânia desarme… que esteja em uma posição em que… os ucranianos não possam se defender, continuou. Isso é o que Putin quando fala em “as causas profundas”.
Fonte: CNN Brasil