Sabesp se valoriza com crise da Ambipar e venda de ações da Emae

Financiamento para privatização da Emae impulsiona valorização de ações em mais de 900%; derretimento de papéis leva à venda.

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(Imagem de reprodução da internet).

Sabesp Adquire Emae em Transação Estratégica

A Sabesp surpreendeu o mercado ao anunciar a compra da Empresa Metropolitana de Águas (Emae) por R$ 1,1 bilhão. Essa transação, considerada estratégica, concede à Sabesp o controle da vazão dos rios Tietê e Pinheiros, além das represas Billings e Guarapiranga. A operação, que já havia sido cogitada em 2009 e 2017 sob a gestão de Jerson Kelman, finalmente se concretizou após uma série de eventos complexos envolvendo diversas empresas e credores.

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Enredamento de Debêntures e Garantias

A complexidade da operação reside no intrincado sistema de debêntures e garantias. A Emae foi privatizada em abril do ano passado, sendo adquirida pelo fundo Phoenix, do empresário Nelson Tanure. As ações da Emae, utilizadas como garantia para emissão de debêntures, foram detidas por um fundo da XP e administradas pela Vórtx. A falta de pagamento da primeira parcela de juros, prevista para a semana passada, levou os credores a executar a garantia e a buscar a Sabesp para a compra das ações.

Investigação da CVM e Manipulação de Ações

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigou a valorização de mais de 900% das ações da Ambipar no ano passado, revelando uma compra coordenada entre a tesouraria da empresa, o controlador Tércio Borlenghi, Nelson Tanure e o Banco Master. O objetivo era compor garantias para financiar a compra da Emae e “alavancar o patrimônio de Tércio”. A Superintendência de Registro de Valores Mobiliários (SRE) chegou a concluir se a compra de ações dispararia uma oferta pública de aquisição (OPA) para todos os acionistas da Ambipar.

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Participações e Imbróglios Financeiros

Além de Tanure, Borlenghi também detinha 24% das ações ON da Emae, por meio do fundo Arys (anteriormente Arys, que em setembro de 2023 mudou de nome para Oceania e alterou seu administrador). A situação se agravou com a compra de R$ 250 milhões em debêntures e units da Light por parte da EMAE, também de Tanure, levantando dúvidas sobre a governança do processo. A Sabesp, por sua vez, recebeu a transação de forma “passiva” e em “três a quatro semanas”, devido ao seu conhecimento prévio do ativo.

Perspectivas Futuras

A Sabesp espera concluir a compra da Emae no primeiro trimestre de 2026, sem mencionar eventuais imbróglios jurídicos. O processo de privatização da Sabesp já envolveu tentativas de Tanure de compor um consórcio para levar a estatal de saneamento dias antes do leilão de privatização. A complexa rede de relações financeiras e de garantias entre as empresas envolvidas demonstra a importância de cada etapa nesse processo.

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