Sanções americanas retardaram o programa nuclear iraniano em “alguns meses”

De acordo com um relatório do “NYT”, os ataques não comprometeram as instalações subterrâneas. Leia no Poder360.

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(Imagem de reprodução da internet).

Um relatório preliminar dos serviços de inteligência dos Estados Unidos indica que os ataques americanos a três instalações nucleares do Irã atrasaram o programa nuclear iraniano em “apenas alguns meses”. As informações são de autoridades ouvidas sob condição de anonimato pelo jornal The New York Times.

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Ataques conduzidos por aeronaves da Força Aérea dos EUA no sábado (21.jun.2025) consolidaram o acesso a dois complexos nucleares, embora não tenham comprometido as estruturas subterrâneas. A DIA (sigla para Agência de Inteligência de Defesa) informou que as instalações iranianas de Fordow, Natanz e Esfahan sofreram danos de intensidade moderada a grave, sendo Natanz a mais afetada.

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A avaliação preliminar dos danos diverge da declaração do presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), que assegurou que as instalações nucleares do Irã foram destruídas.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, repetiu a declaração do líder norte-americano. “Nossa campanha de bombardeio destruiu a capacidade do Irã de criar armas nucleares”, afirmou. Hegseth declarou que as bombas americanas “atingiram precisamente o ponto certo em cada alvo e funcionaram perfeitamente”.

O jornal norte-americano informou que, secretamente, Trump tem evidenciado frustração em relação a reportagens que discutem a performance dos ataques e acompanha atentamente as declarações de seus assessores e militares sobre o tema.

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De acordo com o relatório, se o Irã decidir construir uma bomba, ainda pode fazê-lo de forma relativamente rápida. Antes dos ataques dos Estados Unidos e Israel, estimava-se que o país levaria aproximadamente 3 meses para fabricar uma arma nuclear. Após as ofensivas, o programa nuclear do Irã foi atrasado em menos de 6 meses. Ex-militares de Israel entrevistados pelo jornal afirmaram que, caso o Irã tentasse desenvolver uma bomba de maneira acelerada, ela seria pequena e primitiva.

Antes do ataque, agências de inteligência dos EUA determinaram que o Irã não havia tomado a decisão de fabricar uma arma nuclear, contudo, detinha urânio enriquecido suficiente para tal.

O relatório indicou que o Irã transferiu, antes dos ataques, a maior parte do urânio enriquecido para locais ainda desconhecidos. De acordo com o documento, pouco material foi, de fato, destruído. Há suspeitas por parte de oficiais israelenses de que os iranianos mantêm instalações secretas de enriquecimento, o que poderia permitir a continuidade do programa mesmo após as ofensivas.

O general Dan Caine, comandante do Estado-Maior Conjunto, declarou em entrevista a repórteres no domingo (22.jun) que os três alvos “sofreram danos severos”, porém “ainda é muito cedo” para determinar o impacto total dos ataques no programa nuclear iraniano.

Militares americanos entrevistados pelo The New York Times afirmaram que, para atingir estruturas como a de Fordow, localizada a mais de 75 metros sob uma montanha, seriam necessárias ondas sucessivas de bombardeios. No sábado (21.jun), aviões B-2 lançaram 12 bombas GBU-57 – conhecidas como “bunker busters” – sobre a instalação, produzindo 6 crateras visíveis, porém sem confirmação do colapso total das estruturas.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, reagiu à divulgação do relatório. Afirmou que o documento está “absolutamente errado”. Ela classificou o texto como uma “suposta avaliação” e disse que sua publicação seria uma “tentativa de minar a imagem do presidente [Trump] e descredibilizar os pilotos de caça responsáveis pela missão perfeitamente executada”. Leavitt declarou: “Todos sabem o que acontece quando você lança 14 bombas de 30.000 libras perfeitamente em seus alvos: obliteração total”.

Fonte por: Poder 360

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