Santander Alerta para Dívidas de Empresas como Ambipar e Braskem

Santander enfrenta riscos com empresas como Ambipar e Braskem. A Braskem pode ficar inadimplente, e as PDD do banco diminuíram para R$ 6,52 bilhões. Leão, CEO do Santander, espera queda do CDI e foco em alta renda

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(Imagem de reprodução da internet).

Fantasma da Recuperação Judicial Assombra Empresas com Dívidas ao Santander

O risco de recuperação judicial paira sobre empresas que possuem dívidas com o Santander Brasil (SANB11). A Ambipar (AMBP3) e a Braskem (BRKM5) são exemplos de negócios que enfrentam desafios financeiros, conforme análises e apurações de O Globo e Folha de S.Paulo indicam.

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Há a possibilidade de a Braskem ficar inadimplente com o banco e outras instituições financeiras, caso não receba apoio financeiro bilionário da União.

Mario Leão, CEO do Santander Brasil, reiterou que a instituição não comenta casos específicos, como ocorreu em coletivas de imprensa sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025. A busca por informações sobre os impactos de um eventual calote de varejistas nos bancos era intensa na época.

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As instituições financeiras provisionam valores para cobrir empréstimos que não são pagos. No Santander, as provisões para devedores duvidosos (PDD) diminuíram no terceiro trimestre de 2025, em relação a um ano anterior, atingindo R$ 6,52 bilhões.

Essa redução também se refletiu na retração do volume em comparação com o segundo trimestre.

Gustavo Alejo, CFO do banco, explicou que a PDD foi maior devido à antecipação de um efeito esperado para o ano. “O que precisamos fazer com disciplina e rigor é ir adotando as nossas provisões em nomes específicos de acordo com a necessidade”, complementou Mario Leão.

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O CEO reconhece que um cenário macroeconômico desafiador, com a Selic em 15% (o nível mais alto em duas décadas) e juros básicos de dois dígitos por 2026 (completando cinco anos), aumenta os desafios de empresas mais alavancadas.

A expectativa do Santander é que o CDI médio diminua em 2026, já que a instituição prevê juros em 13% ao final do ano. “A gente espera que nesse sentido o macro comece a melhorar”, diz Leão. “Mas para que as empresas mais alavancadas consigam se desalavancar, é preciso que o CDI caia continuamente a partir do início do ano que vem”.

Leão observa sinais de desaceleração da economia brasileira, o que é desejado pela gestão do Banco Central. “Não a ponto, talvez, de consolidar no BC o consenso de que o ciclo de corte de juros deve começar. Mas a gente acredita que não estamos longe disso.

No primeiro trimestre, não antes disso, o Banco Central deve começar a reduzir juros”.

Leão afirma que o banco não tem viés para as eleições no ano que vem. “Somos pró-Brasil e torcemos para que o vencedor do ano que venha tenha a melhor pauta possível. Gestão fiscal, equilíbrio de gastos. O foco tem que ser parar o crescimento da dívida em relação ao PIB”, afirma. “Pode acontecer, como todo ano acontece, algum nível de volatilidade.

A gente tem que estar preparado para isso e, mais do que nunca, estar perto dos clientes”.

A rentabilidade do banco, medida pelo retorno sobre patrimônio líquido (ROE ou ROAE), chegou a 17,5% no terceiro trimestre. O Santander reiterou sua meta de alcançar o patamar de 20% no curto e no médio prazo. “Não é um patamar definitivo, mas a gente vai fazer isso tendo uma operação diversificada, saudável e bastante exigente, com mais diversificação de receitas”, diz Leão.

O CEO diz que o banco não acredita em crescimento linear de todos os portfólios. “A gente cresce mais em alguns negócios e está reduzindo em outros. […] Direcionalmente, estamos caindo nosso volume de crédito na baixa renda. Isso é calculado, é programado.

Esse crédito que eu tiro cresce na alta renda, em pequenas e médias empresas”, explica. Leão acrescentou que o Santander Brasil vai continuar buscando ser “uma empresa cada vez mais eficiente em todos os aspectos”. “Isso passa por um montão de coisas e enventualmente deriva em reduções de processos, pessoas e lojas”.

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