Sebastião Salgado enfrentou complicações decorrentes da malária antes de ser diagnosticado com leucemia

A família relata que o fotógrafo faleceu devido a uma leucemia severa, causada por complicações de uma malária contraída em 2010.

23/05/2025 18h01

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(Imagem de reprodução da internet).

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado faleceu aos 81 anos na sexta-feira (23). A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, fundado por ele e sua esposa, Lélia Wanick. Sebastião Salgado morreu em Paris.

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Sebastião faleceu devido a uma leucemia grave, que se desenvolveu a partir de complicações de uma malária contraída durante sua visita à Indonésia em 2010.

A malária é uma infecção causada pelo parasita do gênero Plasmodium, transmitida para humanos pela picada de fêmeas infectadas dos mosquitos Anopheles (mosquito-prego). Os mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer, conforme o Ministério da Saúde.

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Os sintomas incluem febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. Em casos graves, pode causar convulsões, alteração da consciência, hipotensão arterial, dispneia ou hiperventilação e hemorragias. O tratamento da malária, quando realizado de forma rápida e adequada, pode assegurar a cura da doença.

A leucemia é um tipo de câncer que afeta as células sanguíneas da medula óssea, principalmente os glóbulos brancos. Na leucemia, uma célula sanguínea imatura passa por uma mutação genética que a transforma em uma célula cancerosa. Essa célula anômala não funciona corretamente, se multiplica de forma acelerada e tem menor taxa de morte em comparação com as células normais.

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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), as causas da leucemia ainda não foram definidas. Contudo, presume-se que alterações nos glóbulos vermelhos e brancos possam estar relacionadas à doença, juntamente com fatores como tabagismo, exposição à radiação ionizante e benzeno, histórico familiar e exposição a agrotóxicos.

Há uma relação direta entre leucemia e malária?

Segundo Hélio Bacha, infectologista do Hospital Albert Einstein, a malária não está diretamente ligada à leucemia como causa da doença. Contudo, complicações relacionadas à infecção podem elevar o risco, a longo prazo, do desenvolvimento da leucemia.

“Pode haver um mecanismo de associação com questões imunológicas que surgem em decorrência da malária e, o aparecimento de certos casos de leucemia possivelmente ligados ao vírus Epstein-Barr ou ao HTLV (vírus linfotrópico de células T humanas).”

Evandro Fagundes, hematologista e líder nacional de leucemias agudas da Oncoclínicas&Co, ressalta que não há relação direta entre malária e leucemia.

“Qualquer leucemia pode ser secundária, por exemplo, a alguns tratamentos que utilizamos para algumas doenças”, explica Fagundes. “Mas é difícil fazer uma correlação direta da malária com a leucemia, da mesma forma que é difícil fazer uma correlação direta do tratamento que, eventualmente, tenha sido utilizado para tratar a malária com o surgimento de uma leucemia anos depois”, completa.

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Fonte: CNN Brasil

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