Secretário do Comércio dos EUA declara que tarifas serão implementadas a partir de 1º de agosto
Howard Lutnick assegurou que não haverá extensões; o Brasil sofrerá impactos com tarifas de 50%.

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, declarou, em entrevista à emissora Fox News, que as tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump entrarão em vigor na data prevista, 1º de agosto, sem extensão ou período de graça. A declaração foi divulgada pela conta oficial da Casa Branca no X neste domingo (27).
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Lutnick afirmou que o governo Trump permanece disponível para negociações.
O Brasil é o país mais afetado pelo novo tarifário — produtos brasileiros exportados para os EUA serão taxados em 50%. Em seguida, vêm Laos e Mianmar, com taxas de 40%.
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Em julho, Trump anunciou as tarifas por meio de uma carta divulgada em rede social, acusando o Brasil de realizar uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A carta mencionou “ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”, além de afirmar que a relação comercial entre EUA e Brasil é injusta, causando prejuízos aos estadunidenses. Contudo, as trocas comerciais entre os dois países apresentam superávit para os EUA desde 2009, totalizando US$ 88,61 bilhões (ou R$ 484 bilhões na cotação atual).
Uma comissão senatorial brasileira chegou a Washington para discutir a tarifação com o objetivo de realizar encontros com legisladores e membros do setor produtivo americano. A equipe já promoveu uma primeira reunião de trabalho no sábado (26).
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Tereza Cristina (PP-MS), Nelsinho Trad (PSD-MS), Esperidião Amin (PP-SC), o astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Fernando Farias (MDB-AL) participaram das conversas.
Os senadores Carlos Viana (Podemos-MG), Jacques Wagner (PT-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE), que também integram a missão, ainda não haviam chegado aos EUA.
Em 24 de julho, onze senadores democratas dos Estados Unidos encaminharam ao presidente Donald Trump uma carta manifestando “preocupações com o evidente abuso de poder” das ameaças emitidas pelo governo americano contra o Brasil. O grupo também destacou a falta de coerência na justificativa comercial da tarifa.