Setores políticos respondem a penalidades dos EUA e justificam a permanência de membros do STF: ‘Interferência infundada’
Organizações declaram veementemente a interferência do governo de Donald Trump em questões nacionais do Brasil.

Sete partidos políticos divulgaram nesta quarta-feira 23 uma nota conjunta em apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal, após o anúncio do governo dos Estados Unidos de revogar os vistos de oito magistrados da Corte e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
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Em um documento assinado por lideranças do PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB, PV e Cidadania, os partidos manifestam “profunda indignação” em relação ao que consideram ser uma “ingênua interferência” do governo de Donald Trump no sistema judiciário brasileiro. Para as siglas, as sanções possuem clara motivação política e representam um “ato contra a soberania nacional”.
A decisão de Trump ocorreu algumas horas após a instalação da tornozeleira eletrônica no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na sexta-feira 18, decidida pelo ministro Alexandre de Moraes. O governo americano, por meio do secretário de Estado Marco Rubio, justificou a retaliação alegando abusos contra Bolsonaro e comparando o processo judicial brasileiro a uma “caça às bruxas”.
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Os partidos afirmam que a ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado e os ataques de 8 de janeiro de 2023 segue “estritamente o devido processo legal”, com ampla garantia de defesa. A nota indica que qualquer tentativa de coagir a Justiça é repudiada pela sociedade brasileira.
Ademais, os signatários da nota criticam a ofensiva americana, ressaltando que as sanções seguem um padrão de hostilidade mais amplo, referindo-se a ameaças comerciais e tarifárias que, segundo eles, também foram influenciadas por interesses políticos.
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Manifestamos irrestrita solidariedade aos ministros do STF, ao mesmo tempo em que reafirmamos a defesa inabalável da soberania nacional e das nossas instituições.
A reação das siglas se soma às manifestações do presidente Lula (PT), do advogado-geral da União, Jorge Messias, e do Superior Tribunal de Justiça, que também consideraram a decisão dos EUA como arbitrária e inaceitável.
Fonte por: Carta Capital