Shadow AI: O Crescimento Silencioso da Inteligência Artificial nas Empresas
A inteligência artificial está se tornando cada vez mais presente no ambiente corporativo, mas essa ascensão vem acompanhada de um fenômeno preocupante: a “Shadow AI” ou IA paralela. Essa tendência, onde funcionários utilizam ferramentas de IA externas, sem a aprovação formal da empresa e do departamento de TI, está ganhando força no Brasil e em outros países.
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Segundo um estudo global da SAP, em parceria com a Oxford Economics, 8 em cada 10 líderes brasileiros se preocupam com essa prática. “O funcionário não usa Shadow AI por malícia, mas por busca de eficiência”, explica Daniel Lázaro, líder de dados e IA da consultoria Accenture na América Latina. “Ao colocar segredos industriais em uma plataforma de IA generativa pública, ele está potencialmente treinando o modelo do seu concorrente.”
Entendendo a Shadow AI
A Shadow AI surge da necessidade de otimizar tarefas e aumentar a produtividade. Funcionários, buscando ferramentas mais eficientes, recorrem a plataformas de IA externas, muitas vezes sem o conhecimento ou a aprovação da empresa. Essa prática, embora motivada pela busca por melhoria, apresenta riscos significativos para a segurança da informação e a estratégia de negócios.
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A tendência é que essa utilização cresça, impulsionada pelo avanço da inteligência artificial generativa nas rotinas profissionais.
Desafios e Soluções
Para lidar com a Shadow AI, o caminho não é a proibição, mas a educação e a criação de alternativas. Segundo Daniel Lázaro, “As empresas que tentarem apenas bloquear o acesso com firewalls perderão a guerra. As líderes a converterão em inovação gerenciada”.
As companhias podem oferecer um ambiente corporativo seguro, como um ChatGPT interno, e educar o time para entender o impacto ético e de negócio do uso da Shadow AI. “Os funcionários precisam entender que colar uma estratégia confidencial em um chatbot público é diferente de usar um conversor de PDF online.”
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O Cenário da IA no Brasil
Atualmente, 23% das tarefas corporativas no país já contam com algum tipo de suporte de IA, e a expectativa é que esse número suba para 40% até 2027. Além disso, quase sete em cada dez empresas (69%) afirmam que a tecnologia tem sido eficaz para solucionar os principais desafios de negócio.
Os investimentos em IA no país chegam a US$ 14,2 milhões (R$ 77,4 milhões) por ano, com retorno médio de 16% — igual à média global — e projeção de 31% em dois anos. “Quando a IA é integrada a dados de qualidade e fluxos de trabalho inteligentes, o retorno aparece de forma concreta e sustentável”, diz Rui Botelho, presidente da SAP Brasil.
Os investimentos das empresas brasileiras em IA devem avançar 36% nos próximos dois anos — ritmo próximo ao da Alemanha (37%) e do Reino Unido (40%).
“É uma nova fase, em que a IA deixa de apenas apoiar processos para efetivamente impulsionar a transformação dos negócios”, completa Botelho.
