O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), declarou que o projeto de decreto legislativo (PDL) que revoga o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) poderá ser votado no plenário da Casa ainda nesta quarta-feira (25), caso a Câmara dos Deputados aprove o texto. A movimentação acelerada surpreendeu o governo federal. Parlamentares da base aliada, ministros e líderes do Congresso afirmam que não foram previamente informados sobre a inclusão da proposta na pauta, anunciada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por meio de uma publicação no X (antigo Twitter) às 23h35 da véspera.
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Em 16 de junho, a Câmara já havia aprovado o requerimento de urgência do projeto com ampla margem – 346 votos a favor e 97 contrários. Com isso, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconhecem que há maioria para derrubar o decreto, o que deve resultar em um impacto fiscal estimado em R$ 12 bilhões. Segundo o governo, a medida que aumentou o IOF faz parte de um pacote para reforçar a arrecadação e tentar cumprir a meta fiscal.
A expectativa do Planalto era que eventuais mudanças no imposto fossem discutidas apenas após o recesso parlamentar de julho, durante a análise de uma medida provisória com alternativas à atual regra.
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Além da preocupação com as contas públicas, o episódio agravou o desgaste entre Executivo e Legislativo. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou não ter sido informado por Motta sobre a inclusão do PDL na pauta. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), responsável pela articulação política, também teria sido surpreendida. No Senado, a articulação para votar o projeto ocorre enquanto Alcolumbre conduz reuniões com aliados do governo e líderes partidários. Nem mesmo o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), havia sido comunicado da possível votação até o início da tarde.
A decisão se insere no cenário de aumento do conflito entre o governo e o Congresso. O Palácio do Planalto enfrentou derrotas recentes na análise de vetos presidenciais, inclusive em relação a pontos que poderiam impedir o aumento nas tarifas de energia elétrica. A crise evidenciou falhas na articulação política e gerou críticas ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), por não ter atuado para preservar os vetos.
Nos bastidores, a indicação do deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), alinhado à oposição, como relator do PL, também foi vista como provocação. O próprio líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), classificou a designação como “infantil” e afirmou que havia setores “tentando inviabilizar o governo Lula”. Aliados de Hugo Motta negaram manobra e disseram que o presidente da Câmara havia sinalizado anteriormente que colocaria o mérito da votação. Já o líder do PL, deputado Sostenes Cavalcante (RJ), defendeu Motta e criticou a reação do Palácio da Alvorada.
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Líder do PT chama de ‘provocação infantil’ votação surpresa marcada por Hugo Motta. PL assume protagonismo na discussão sobre redução do IOF e critica ‘enrolamento’ do governo.
Publicado por Felipe Dantas
Reportagem elaborada com a ajuda de inteligência artificial.
Fonte por: Jovem Pan