Cerca de 100 sócios do Vasco solicitaram esclarecimentos em relação a um possível conflito de interesses envolvendo o presidente da Assembleia Geral, Alan Belaciano. As informações foram divulgadas pelo Globo Esporte.
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O documento foi enviado na sexta-feira (09.mai.2025) ao presidente Pedrinho, aos dirigentes dos demais poderes do clube e ao CEO Carlos Amodeo.
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A mobilização segue o movimento iniciado em janeiro de 2025, quando os associados começaram a questionar a participação de Belaciano nas negociações com credores trabalhistas durante o processo de recuperação judicial do clube e da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Vasco.
O presidente do Conselho Deliberativo, João Riche, fixou um prazo de 15 dias para a Belaciano apresentar esclarecimentos. Ao final desse período, Riche estendeu o prazo em mais 30 dias. Desde a primeira solicitação dos sócios, já transcorreram 115 dias sem qualquer resposta oficial.
O novo documento inclui assinaturas de sete conselheiros eleitos na mesma chapa de Pedrinho, além do ex-médico do clube, Clóvis Munhoz, como suplente. Os associados solicitam a Riche a criação de uma comissão de inquérito para investigar o caso.
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Os sócios solicitam esclarecimentos formais sobre uma possível mudança no tratamento de casos trabalhistas, informações sobre a contratação da Belaciano para representar o Vasco nas negociações e uma “análise comparativa” dos descontos acordados com credores que já foram clientes da Belaciano.
A iniciativa decorreu de um estudo conduzido pelo associado José Américo, que confrontou os planos de pagamento de dívidas trabalhistas do Vasco com os de outros clubes. Os dados revelados mostram que, com base em parâmetros aplicados em processos de recuperação judicial semelhantes, o clube poderia economizar R$ 144 milhões.
O documento apresentado pelos sócios aponta para indícios de que o Sr. Alan Belaciano atuou concomitantemente em “dois lados” de questões delicadas envolvendo o Clube: por um lado, defendendo interesses de terceiros credores em ações judiciais contra o CRVG (Clube de Regatas Vasco da Gama), e por outro, conduzindo ou participando de negociações em nome do próprio CRVG e, possivelmente da Vasco da Gama SAF, para quitação de passivos trabalhistas. Essa situação, caso confirmada, representaria um grave conflito de interesses, infringindo princípios fundamentais de lealdade e cuidado com o patrimônio do Vasco, além de potencialmente configurar ato de gestão temerária nos termos do nosso Estatuto.
A análise dos dados revelou que o Belaciano esteve envolvido em 80% das audiências de processos trabalhistas referentes a ex-clientes, conforme verificado no site do TRT do Rio de Janeiro. O plano vigente do clube estima uma economia de R$ 100 milhões, com um limite de pagamento de R$ 5 milhões aos credores.
João Riche instaurou duas comissões de inquérito em junho de 2024: uma para investigar a venda da 777 durante a gestão do presidente Jorge Salgado, e outra para apurar a gestão de Alexandre Campello. As comissões tinham prazo inicial de 120 dias, prorrogáveis por igual período. Após 320 dias desde a criação dessas comissões, nenhum relatório foi apresentado ao Conselho Deliberativo do Vasco.
O clube prevê destinar 6% das receitas extraordinárias, provenientes da venda de jogadores, para quitar dívidas ao longo de 10 anos. O plano de pagamento das dívidas trabalhistas permanece em análise no judiciário.
Fonte: Poder 360