Spotify admitiu falha em sua campanha que associou umbanda à “bruxaria”
Ação movida no Ministério Público Federal no Rio de Janeiro aponta suposto racismo religioso em campanha do Spotify.

O Spotify identificou um erro em uma campanha de 2024 que vinculou a umbanda a termos como “ritual” e “bruxaria”. A constatação foi feita durante uma reunião com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, que investiga denúncias de racismo religioso no caso.
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Conforme apurado pela coluna Lauro Jardim, do O Globo, a situação se deu durante a campanha de retrospectiva do serviço de streaming musical do ano anterior. Os usuários acessavam até “três fases musicais” pelas quais passaram ao longo do ano, identificadas por uma inteligência artificial, em relação às músicas da plataforma.
Durante a audiência, o Spotify afirmou não ter intenção de cometer o erro e que não seria possível afirmar que o termo “bruxaria” se referia à umbanda de maneira pejorativa, mas concordou em tomar providências, como ações afirmativas a serem estudadas. O encontro foi solicitado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP).
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Na argumentação, a plataforma de streaming alegou que, ao identificar a situação na revisão, interrompeu as combinações de termos. A campanha foi lançada às 10h do dia 4 de dezembro de 2024, o erro foi encaminhado para a equipe de engenharia às 15h14 e corrigido às 16h12.
A CEAP argumentou que, ao reconhecer o uso dos termos e a necessidade de correção, mesmo que breve, a empresa deixou “claro a incidência de racismo religioso”. Os advogados destacaram que o Spotify não poderia se isentar de responsabilidade com a justificativa de que se tratou de uma “combinação involuntária” e que a questão foi resolvida rapidamente.
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O promotor da ação estabeleceu um prazo de 60 dias para que as partes alcancem um acordo. Caso não haja entendimento, o órgão prosseguirá com as investigações. A questão do valor da indenização ainda não foi tratada.
A Metrópoles solicitou à assessoria do Spotify uma declaração sobre o caso, porém não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Fonte: Metrópoles