Supermercados deverão conceder aumento salarial com acréscimo real aos seus funcionários no RJ
Associação Brasileira de Comerciários obteve reajuste de 6,47% no salário mínimo coletado em acordo com o Sindigêneros.

A campanha salarial dos trabalhadores e trabalhadoras no comércio do Rio de Janeiro iniciou este ano com a demanda aprovada em assembleia para um reajuste salarial de 10%. Percentual adequado para compensar a inflação acumulada nos 12 meses anteriores à data base (5,32%, conforme o INPC) e assegurar um aumento real nos salários.
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Ademais, solicitamos também avanços em relação à qualidade de vida e às condições de trabalho, incluindo o incremento do número de dias de licença para levar nossos filhos ao médico.
Após uma série de negociações acaloradas, os empregadores apresentaram as reclamações habituais, alegando que os resultados estavam aquém do previsto, fato que não corresponde à realidade. Contudo, não cederam em nada, pois compreendemos que, como no setor de supermercados, que apresentou um crescimento de 4%, diversos segmentos do comércio registraram um desempenho notável no ano passado, com perspectivas positivas também para 2025. Resta justo compartilhar uma parcela desse crescimento com os trabalhadores.
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Continuamos avançando, obtendo o apoio de cada vez mais trabalhadores e atuando com firmeza nas negociações com os empresários. Nossa persistência surtiu efeito. Em assembleia realizada no dia 23 de julho – na sede do Sindicato, no Centro, e na subsede de Campo Grande – os trabalhadores de supermercados e hortifrutis aprovaram a proposta de acordo negociada com o Sindigêneros. Alcançaram aumento de 6,47% no salário mínimo, índice que excede a taxa de inflação do ano.
Não foi só isso! Apesar das tentativas patronais de cortar direitos, garantimos também para esse segmento reajustes de 7% na bonificação de feriados e de 6% na quebra de caixa. Melhorou também a cláusula da ausência remunerada, com o aumento do número de dias em que podemos nos ausentar para levar os filhos ao médico, de duas para quatro vezes por ano. Aumentou também a idade máxima das crianças nestes casos, de oito para dez anos de idade.
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Ampliou-se o dispositivo da segurança no emprego para os trabalhadores próximos à aposentadoria, com 12 meses de estabilidade para aqueles que trabalham há cinco anos na empresa, 18 meses para quem trabalha há mais de dez anos e 24 meses para aqueles que estão na firma há pelo menos 15 anos. Asseguramos também a liberação dos cipeiros por um dia por ano, para que possam participar de cursos no sindicato.
Os demais segmentos continuam negociando.
Claro, não estamos totalmente satisfeitos e a luta vai continuar! Os trabalhadores dos demais segmentos do comércio rejeitaram as propostas até aqui apresentadas pelos patrões. Por isso, o sindicato vai continuar presente nas lojas para conscientizar a categoria sobre a importância de todos se engajarem. Afinal, todo mundo já sabe, patrão só abre mão na base da pressão! É hora de cada comerciário e comerciária participar dessa pressão. A mobilização de todos neste momento é decisiva.
Nossas vitórias serão coletivas! A organização sindical e a mobilização da categoria são as mais poderosas armas contra a exploração. Manteremos a firmeza, na vanguarda da luta, para exigir que os patrões deixem de enrolar e assegurem reajustes justos e dignos.
Juntos, até a vitória final!
Márcio Ayer é presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro.
Este é um artigo de opinião e não necessariamente reflete a linha editorial do Brasil do Fato.
Fonte por: Brasil de Fato