Suprema Corte analisa depoimento de ex-chefe da Força Aérea Brasileira sobre a tentativa de golpe

Ex-comandante da Aeronáutica é testemunha da acusação; à PF, declarou que ele e o comandante do Exército recusaram o golpe.

21/05/2025 5h59

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(Imagem de reprodução da internet).

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvirá, na quarta-feira (21.mai.2025), a partir das 11h30, o depoimento de Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

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Baptiste Júnior é uma das testemunhas do processo 2.668 da Ação Penal, que investiga a possível tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 que elegeram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A acusação foi apresentada pela PGR (Procuradoria Geral da República), com base nas investigações da PF (Polícia Federal).

A declaração de Baptista Júnior é vista como uma das mais relevantes no processo. Em fevereiro, o ex-chefe do Comando da Aeronáutica alegou à Polícia Federal que um golpe de Estado poderia ter ocorrido se o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, tivesse apoiado o plano.

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De acordo com a versão de Baptista Júnior relatada à PF, Bolsonaro considerou decretar a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) ou Estado de Sítio, porém foi aconselhado a não prosseguir com essa ideia.

O então comandante da FAB afirmou que Freire Gomes ameaçou Bolsonaro com prisão em caso de atitudes extremas. Paralelamente, o tenente-brigadeiro declarou que o almirante Almir Garnier Santos, chefe da Marinha, disponibilizou suas tropas para Bolsonaro.

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Baptiste Júnior foi indicado pela Procuradoria-Geral da República como testemunha de acusação no processo. Ele também foi chamado para depor como testemunha das defesas de Garnier, Bolsonaro e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.

O ex-comandante da Aeronáutica seria ouvido na segunda-feira (19.mai), mas solicitou o adiamento, que foi deferido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso.

DEPOIMENTO DE FREIRE GOMES

O depoimento de Baptista Júnior ao STF foi conduzido dois dias após o general Freire Gomes ter modificado, ao STF, o conteúdo das declarações apresentadas à PF. Na audiência de segunda-feira (19.mai), Freire Gomes afirmou que não poderia “inferir” a intenção de Garnier.

Freire Gomes afirmou ter realizado “várias reuniões” com Bolsonaro no Palácio do Alvorada acerca do conteúdo da “minuta golpista”, que abordaria a instauração de Estado de Sítio, Estado de Defesa ou GLO, mas não confirmou a versão de Baptista Júnior, de que teria dado “voz de prisão” ao ex-presidente.

Moraes manifestou irritação com o que considerou ser uma tentativa do general de esconder informações. “A testemunha não pode omitir o que sabe. Se mentiu na polícia, tem de dizer que mentiu na polícia. Não pode, perante o STF, falar que não lembra”, declarou na ocasião.

Depoimentos

O plenário da 1ª Turma do STF realizou as oitivas do chamado núcleo 1 na segunda-feira (19.mai), por videoconferência e sem transmissão oficial.

A mídia, tanto nacional quanto internacional, pode assistir aos depoimentos por meio de um telão localizado na sala da 1ª Turma do STF. Contudo, os jornalistas estão impedidos de realizar qualquer gravação.

Inclui, no núcleo 1, além do ex-presidente Bolsonaro:

Serão ouvidas 81 testemunhas. O caso julga a participação do “núcleo crucial”, apontado como responsável por articular a tentativa de golpe e que está sendo ouvido nas primeiras fases do processo.

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Fonte: Poder 360

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