O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (24) a articulação entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A sessão visa esclarecer versões conflitantes nos depoimentos no contexto da ação que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. O procedimento está sendo conduzido em caráter fechado na sala de audiências do STF.
O julgamento tramita pessoalmente pelo relator, ministro Alexandre de Moraes. O ministro Luiz Fux também acompanha a audiência de forma presencial.
LEIA TAMBÉM!
O ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, permitiu a presença de advogados de outros réus na sessão. Conforme apurado pela CNN, os participantes estão proibidos de gravar áudio ou vídeo da audiência.
Devido à acusação no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, Torres não tem o compromisso de declarar a verdade na audiência. Conforme previsto na Constituição Federal, os réus têm o direito de não produzir provas contra si.
O general Freire Gomes, ao se manifestar como testemunha no processo, encontra-se legalmente vinculado à veracidade de seus depoimentos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Na terça-feira (24), o STF encerrou o depoimento entre o ex-ministro Walter Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A decisão de prosseguir com a ação foi determinada por Moraes e respondeu a um pedido da defesa de Torres, que destacou diferenças entre os depoimentos de seu cliente e os de Freire Gomes.
Os advogados argumentam que o depoimento do general está repleto de contradições, ao mesmo tempo em que as declarações da testemunha, possivelmente devido ao cansaço (decorrentes de 11 horas de depoimento) e ao acusado, divergem em um ponto crucial do processo.
A defesa argumenta que Torres esteve envolvido em uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro e os chefes das três Forças Armadas para discutir temas de caráter golpista.
Contudo, os advogados sustentam que outros comandantes que depuseram não confirmaram a ocorrência dessa reunião. Bolsonaro e o delator do caso, tenente-coronel Mauro Cid, também negaram a existência da reunião em que Torres havia participado.
O argumento da defesa é que o general não forneceu informações precisas sobre a suposta reunião, incluindo data, local, formato ou a identidade das demais pessoas presentes. Segundo os advogados, Freire Gomes apenas declarou que “lembra” da presença de Torres em uma reunião.
Fonte por: CNN Brasil