Suspeito é denunciado por sequesto e homicídio de feminicídio em Caso Vitória
29/04/2025 às 13h24

O Ministério Público de São Paulo formalizou denúncia na terça-feira (29/4) contra Maicol Antonio Sales dos Santos, principal suspeito de assassinar a adolescente Vitória Regina, de 17 anos, encontrada morta em 5 de março, em área rural de Cajamar, na região metropolitana. Ele será acusado de sequestro qualificado, feminicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.
Maicol agiu com desdém, considerando a condição de mulher, e causou a morte de forma cruel.
A morte da vítima ocorreu com desrespeito à condição de mulher, uma vez que a ofendida foi tratada apenas como objeto de satisfação de um desejo. O feminicídio foi praticado por motivo fútil, consistente em não aceitar a não submissão da vontade de Vitória pelo denunciado.
A morte foi causada por meio cruel, consistente em hemorragia traumática após a submissão de Vitória à situação que levou à sua morte por não ceder ao fim libidinoso perseguido pelo denunciado. O feminicídio foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que ela teve a liberdade restrita e permaneceu sob o jugo do denunciado, que empunhava uma faca. Por fim, o feminicídio foi realizado para assegurar a ocultação e impunidade do crime de sequestro.
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Na coletiva de imprensa de terça-feira, o promotor Jandir Moura Torres Neto, autor do documento, declarou que Vitória faleceu devido ao seu gênero.
A Vitória não tomou nenhuma atitude específica que levasse a esse resultado, considerando o que ocorreu. Ela era uma adolescente comum, que compartilhava fotos e momentos de alegria nas redes sociais.
Ao formalizar a denúncia, o MPSP também solicitou a prisão preventiva de Maicol, considerando que o prazo para a manutenção da prisão provisória está se esgotando.
Os promotores sustentaram que, além da comprovação da autoria do suspeito, sua soltura poderia comprometer o andamento do processo, considerando que ele já havia buscado testemunhas para refutar o depoimento prestado à polícia e solicitado auxílio para divulgar informações que não o ligassem ao crime.
Não se admite, no caso em questão, a aplicação de outras medidas cautelares além da prisão, visto que nenhuma delas, além de suficiente ou adequada, seria capaz de proteger os riscos à ordem pública e à futura instrução criminal.
Segundo suspeito
A Promotoria Pública solicitou a instauração de uma nova investigação para apurar a possível participação de um segundo indivíduo no crime de ocultação de cadáver. O relatório de investigação obtido pelo Metrópoles menciona a presença de um material genético na porta traseira direita, que se distingue do material genético da menina e de Maicol Alexandre, apontado como autor do crime.
Solicitou-se a instauração de um novo inquérito policial, em relação ao crime de ocultação de cadáver. Isso ocorreu porque, durante a investigação, surgiram indícios de que Maicol pode ter tido a participação de outra pessoa. Assim, apenas em relação a este crime, foi requerida a autorização judicial para instaurar um inquérito separado, visando verificar as condições específicas da ocultação de cadáver.
O delegado de Cajamar, Fabio Cenachi, declara que não é possível afirmar que um terceiro indivíduo esteve envolvido no crime.
Na lateral do banco traseiro, encontrou-se uma pequena porção de material genético masculino. Diante disso, será instaurado um novo inquérito a esse respeito. A pequena porção, por si só, não permite associar a participação de um terceiro indivíduo na ocultação do cadáver, sendo essa possibilidade viável pela presença do material.
Fonte: Metrópoles