Atualmente, o câncer é uma das doenças que mais crescem no mundo: são cerca de 20 milhões de novos casos de câncer no mundo. A expectativa, segundo especialistas, é que a incidência aumente ainda mais, chegando a 30 milhões de casos anuais.

O Dr. Paulo Hoff, diretor da Divisão de Oncologia do Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp), foi um dos entrevistados do Dr. Roberto Kalil em “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” deste sábado (17), ao lado da Dra. Maria Del Pilar Estevez Diz, diretora de Corpo Clínico no Icesp. A entrevista foi gravada nos corredores do instituto.

Kalil e os convidados discutem câncer, incidência e avanços científicos em relação a tratamentos e prevenção.

Aproximadamente 30% a 50% dos casos de câncer global poderiam ser evitados. Hoff declara que 10% dos casos são relacionados a herança hereditária, enquanto os outros 20% apresentam hereditariedade como fator relevante, porém não determinante.

A exposição ao sol e o tabagismo também influenciam no risco de câncer, segundo o especialista. “Outro ponto importante a ser discutido com a população é a obesidade, porque ela provoca um estado inflamatório no organismo e modifica o metabolismo de hormônios”, explica.

Apesar dos cânceres mais frequentes serem os de pele, de mama e de próstata, o que tem gerado grande preocupação entre os especialistas é o câncer colorretal.

Em todo o mundo, o câncer colorretal está se tornando mais frequente. É um problema porque a prevenção existe, mas não é realizada pela população em geral, afirma Hoff. Segundo o oncologista, a colonoscopia é o principal exame preventivo. “O problema é que se hoje nós fôssemos fazer colonoscopia em todos os brasileiros acima de 45 anos, nós não teríamos nem médicos, nem equipamentos, nem estrutura para fazer isso”, afirma.

Ademais, o exame de sangue oculto nas fezes, realizado anualmente, representa uma alternativa válida para a detecção precoce do câncer colorretal. “Se o paciente realizar o teste de sangue oculto nas fezes anualmente, que é um teste de baixo custo, simples e fácil de executar, você já reduz a mortalidade do câncer colorretal em 30%. E isso é viável para a população”, declara.

Além dos exames habituais, existem diversas ações básicas que podem ser implementadas para evitar o desenvolvimento do câncer. No caso do câncer de colo do útero, por exemplo, a vacina contra o HPV é a principal delas.

A vacina contra o HPV altera o curso do câncer de colo do útero. O objetivo é tornar essa doença um câncer raro e, no Brasil, ela é a segunda ou terceira principal causa de morte por câncer em mulheres, segundo Pilar. A especialista ressalta que o imunizante diminui o risco não apenas do câncer de colo do útero, mas também do câncer de canal anal, câncer de orofaringe e câncer de pênis, por exemplo.

A melhor faixa etária para vacinação são crianças muito jovens, entre 9 e 14 anos, tanto meninos quanto meninas. Isso se deve ao fato de que os meninos podem apresentar câncer de canal anal, de pênis ou de orofaringe. Além disso, eles podem ser portadores do vírus e contribuir para a sua transmissão para elas.

Apesar disso, para aqueles que recebem o diagnóstico de câncer, os tratamentos evoluíram significativamente e podem ser combinados, assegurando resultados muito superiores, conforme apontam os especialistas. é importante não ter receio do diagnóstico e buscar assistência o mais breve possível.

O acompanhamento no tratamento do câncer é complexo, exigindo participação do paciente, de seus familiares e tem longa duração. Assim, é fundamental que o paciente esteja envolvido, complementa Hoff, ressaltando a importância de se cuidar também da saúde mental.

O programa “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” vai transmitir no sábado, 17 de maio, às 19h30 na CNN Brasil.

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Fonte: CNN Brasil

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