Taxas de juros projetadas para cima em cenário de incertezas e previsões de novas ações

Haddad negou a existência de uma proposta para elevar o valor do Bolsa Família.

15/05/2025 21h16

4 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

As taxas de Depósitos Interbancários encerraram na quinta-feira (15) em alta na maioria dos vértices, em razão de especulações de que o governo estaria implementando um conjunto de ações para impulsionar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, ano eleitoral, o que poderia afetar negativamente as contas públicas.

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Apesar da negação do pacote pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no decorrer da tarde, as taxas permaneceram elevadas no Brasil, também devido aos dados do varejo brasileiro que indicaram que o PIB continua robusto.

À tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026, um dos mais líquidos no curto prazo, era de 14,805%, em comparação com 14,811% na sessão anterior. A taxa para janeiro de 2029 registrava 13,715%, com alta de 6 pontos-base em relação ao ajuste de 14,659%.

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Entre os contratos mais longos, afetados também pelo recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior, a taxa para janeiro de 2031 era de 13,82%, em comparação com 13,817% no ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2033 era de 13,83%, com uma queda de 4 pontos-base em relação a 13,869%.

Em março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o varejo brasileiro apresentou um aumento de 0,8% em relação ao mês anterior.

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O resultado apresentou um crescimento inferior à previsão da Reuters com economistas, de 1,0%, mas impulsionou o varejo a alcançar o maior patamar da série histórica iniciada em 2000, ultrapassando o recorde anterior de fevereiro.

Os dados do varejo, segundo a analista Laís Costa da Empiricus Research, confirmam que o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre foi superior à estimativa inicial.

“Com o varejo atual, os economistas dispõem de todos os dados para elaborar uma projeção final do PIB no primeiro trimestre”, afirmou Costa.

Todas as casas revisaram o PIB para cima e, nos próximos dias, será consenso que a atividade brasileira não está desacelerando.

A percepção de atividade econômica robusta — que pressiona a inflação — já sustentava as taxas das DIs, que aceleraram os ganhos após as 14h20, em meio a especulações no mercado de que o governo estaria preparando um pacote de medidas com impacto fiscal. Nesse horário, o dólar também renovou máximas em relação ao real.

Diante das projeções que pressionam os ativos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu uma breve entrevista a jornalistas em Brasília. Ele afirmou que as únicas medidas preparadas para envio ao então presidente Lula são específicas e destinadas ao cumprimento da meta fiscal.

As únicas medidas que estão sendo preparadas para informar o presidente na próxima semana são ações específicas para alcançar a meta fiscal, como ocorreu no ano passado, acrescentando que o Orçamento de 2026 ainda não começou a ser discutido.

Após a Veja noticiar que o Ministério do Desenvolvimento Social estaria preparando uma proposta para reajustar o valor do Bolsa Família de R$600 para R$700 a partir de janeiro de 2026, o ministro da pasta, Wellington Dias, disse à Reuters que não há estudo e nem proposta nesse sentido.

Haddad, questionado sobre o tema nesta quinta-feira, reiterou: “Não há da parte do MDS pressão sobre a área econômica para absolutamente nenhuma iniciativa nova. Isso vale para os demais ministérios”.

O desmentido de Haddad enfraqueceu o dólar em relação ao real e desacelerou as taxas futuras, porém o movimento foi passageiro. Especialistas consultados pela Reuters relataram que, mesmo com a negação reiterada por Haddad, em nome do governo, sobre medidas fiscais, o mercado se apoiou em rumores para operar na quinta-feira.

Às 15h36 – já após os comentários de Haddad – a taxa do DI para janeiro de 2027 atingiu o máximo do dia, de 14,22%, em alta de 8 pontos-base em relação ao ajuste da véspera.

A projeção indicava 57% de chance de a taxa Selic permanecer em 14,75% em junho, em comparação com 43% de probabilidade de aumento de 25 pontos-base.

As incertezas em torno da área fiscal no Brasil prevaleceram sobre o impacto da queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro nos Estados Unidos, após a divulgação de dados econômicos fracos nos EUA. Os títulos norte-americanos apresentaram pequenas quedas nas taxas de juros de títulos de longo prazo.

Às 16h42, o rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo — tinha queda de 9 pontos-base, a 3,965%, enquanto o retorno do título de dez anos — referência global para decisões de investimento — caía 8 pontos-base, a 4,447%.

Nova regulamentação dos retrovisores: observe as alterações e evite imprevistos.

Fonte: CNN Brasil

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