“The Last of Us” não necessita de ação para ser notável — e capaz de provocar grande tristeza

Já se passaram exatos quatro semanas desde que o polêmico momento da HBO “The Last of Us” surpreendeu os telespectadores com uma significativa alteração no elenco principal da série. A boa notícia veio no sexto episódio, divulgado no domingo (18), confirmando que não seria necessário aguardar muito tempo para acompanhar Joel, interpretado por Pedro Pascal, novamente.

Atenção: o texto a seguir revela spoilers da segunda temporada de “The Last of Us”.

Joel, falecido no segundo episódio da temporada por causa da vilã Abby (Kaitlyn Dever), foi amplamente mencionado no episódio de flashback emocionante que ocorreu nos aniversários de Ellie (Bella Ramsey), com idades entre 15 e 19 anos, e envolveu uma conversa fundamental entre pai e filha.

O episódio cápsula recordou a excelente “Long, Long Time” do ano anterior, que contava uma história de amor destrutiva entre dois personagens interpretados por Nick Offerman e Murray Bartlett, uma atuação pela qual Offerman recebeu um Emmy.

O criador e produtor executivo Neil Druckmann afirmou à CNN: “O que eu tirei de ‘Long, Long Time’ foi a convicção de que podemos, em uma série do gênero zumbi, ter um episódio inteiro sem ação e apenas drama entre esses dois personagens”. Ele acrescentou: “Assistir (Joel e Ellie) lutando com seus sentimentos é tão envolvente, tão tenso quanto qualquer sequência de ação”.

A decisão de aguardar até o antepenúltimo episódio da segunda temporada e consolidar as recordações de aniversário em um episódio — que são apresentados de forma intermitente ao longo do videogame em que a série é baseada — foi, segundo Druckmann, intencional para gerar o máximo impacto emocional.

“Druckmann, que também dirigiu este episódio, afirmou que desejavam espaço suficiente após a morte de Joel para que os personagens e o público sentissem sua falta.”

O episódio encerra-se com uma sequência impactante envolvendo o bastante comentado personagem Eugene (Joey Pantoliano), marido de Gale (Catherine O’Hara), com quem Ellie e Joel conheceram durante uma patrulha no aniversário de 19 anos de Ellie. Eles descobriram que Eugene estava infectado, porém ainda não havia se transformado.

Ele pediu para que o coração se partisse para se despedir de Gale, ainda que tempo houvesse, e Ellie consentiu, e Joel prometeu a Ellie e Eugene que aquilo ocorreria. Contudo, Joel levou Eugene até a margem da água, o jogou e, em seguida, mentiu para Gale sobre o ocorrido. Ellie ficou profundamente abalada.

A mentira, como na primeira temporada, visa proteger Ellie. No entanto, ela confirma para Ellie: “Ah, é isso que você faz. Você mente”, afirmou Druckmann. “E então ela tem certeza de que ele mentiu para ela naquele momento na colina, quando eles estão olhando para Jackson no final da primeira temporada.”

A morte de Eugene intensifica a tensão entre Joel e Ellie, como se observa ao longo do episódio de abertura desta temporada, evidenciando a emoção dos dois ao terem finalmente aquela conversa fundamental na varanda, onde Joel confirma as suspeitas de Ellie acerca do ocorrido no hospital.

Eles abordam a essência do conflito, mas também discutem os temas dessa demonstração de amor incondicional… mesmo que alguém tenha feito algo tão horrível com alguém, da mesma forma que Ellie (acredita) que Joel fez algo tão errado com ela, roubando-lhe o sentido.

Apesar da raiva, Ellie o perdoou.

“É sobre retornar ao passado, eventualmente, e seguir em frente”, acrescentou Druckmann.

No final do episódio, Ellie é vista caminhando de volta ao teatro instantes após ter torturado e matado Nora. A sequência de flashbacks de Joel e Ellie neste episódio, segundo Druckmann, funcionou como “um lembrete de quem ela era à medida que nos aproximávamos do final da temporada”.

“Você está vendo essa pessoa capaz de uma violência tão intensa e a pergunta que queremos responder daqui para frente, não apenas no próximo episódio, mas também nos episódios futuros, é: depois de cometer atos tão sombrios, há como voltar atrás? Existe alguma maneira de interromper esse ciclo?”

O encerramento do programa está previsto para o dia 25 de maio, conforme o que Druckmann mencionou, “as coisas estão atingindo o ápice”.

“Há muitas coisas que estamos apenas esperando para ver o que vai acontecer”, disse Druckmann. “E com um episódio restante, muita coisa precisa acontecer.”

Assista ao trailer do último episódio da segunda temporada de “The Last of Us”.

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Fonte: CNN Brasil