Tio Paulo, corpo em cena, foi encaminhado ao banco para realizar o levantamento de R$ 17 mil
Érika de Souza levou, na realidade, o tio, Paulo Roberto Braga, de 68 anos, que já estava falecido, para obter um empréstimo.

Em abril de 2024, uma mulher levou o cadáver de um homem a uma agência bancária em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, com o objetivo de solicitar um empréstimo de R$ 17 mil em seu nome. Identificada como Érika de Souza Vieira Nunes, sobrinha do homem, foi presa após a suspeita dos funcionários da instituição financeira.
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Érika de Souza levou o tio, Paulo Roberto Braga, de 68 anos, que falera algumas horas antes, para efetuar o empréstimo.
Ela tentou cometer suicídio em um processo e utilizou um lençol em uma clínica de repouso, na zona oeste da capital fluminense, no início de março.
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Confira como foi:
Na época, os funcionários registraram a situação após suspeitarem do caso. No vídeo, é possível ver Érika insistindo para que o tio assinasse o documento.
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Em certo instante, a mulher simula uma conversa com ele. “Tio, está ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu faço?” diz.
Durante o atendimento, a mulher reclamava do tio, que a estava causando “dor de cabeça”. “Assina para que ele não me cause mais dor de cabeça, eu não aguento mais”, declarou. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou o óbito do homem.
A Erika relatou à polícia que era cuidadora do homem, que ela afirmava ser seu tio. Nas imagens gravadas pelos funcionários do banco, ela é vista segurando a cabeça de Paulo.
Processo
Érika é ré desde maio do ano passado pelos crimes de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Ela chegou a ser presa, porém foi posteriormente liberada.
A instrução e o julgamento estão em curso, com o juiz examinando as provas testemunhais. O Ministério Público do Rio de Janeiro ainda pretende ouvir o enfermeiro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que assistiu ao caso de Tio Paulo, para decidir se solicitará o julgamento de Érika ou sua absolvição com base na insanidade mental.
As oitivas foram retomadas somente em fevereiro deste ano. Os promotores reforçaram o interesse em ouvir um enfermeiro antes de apresentar as alegações finais. Na época do caso, o profissional relatou à polícia que, ao chegar à agência bancária, encontrou Tio Paulo já sem vida, com sinais de lividade – que costumam surgir cerca de duas horas após a morte.
Os oficiais de justiça não o localizaram nos endereços cadastrados. A juíza competente agendou nova audiência para 14 de maio, com o intuito de ouvir o profissional, que será intimado pessoalmente na UPA 24h de Duque de Caxias (RJ), onde trabalha.
A defesa de Érika solicitou a intimação de um psiquiatra para depor a seu favor. Os advogados afirmaram que o médico manifestou, nas redes sociais, que os medicamentos administrados a ela poderiam afetar a consciência.
Fonte: Metrópoles