Na terça-feira (22/4), homens armados abriram fogo em área próxima a um resort na região da Caxemira, sob o governo da Índia, resultando em pelo menos 26 mortes de turistas, de acordo com informações oficiais.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, classificou o tiroteio como “ataque terrorista”, sem fornecer detalhes sobre os agressores ou se foram presos. “Aqueles que estão por trás deste ato hediondo serão levados à justiça. Eles não serão poupados. Nossa determinação de combater o terrorismo é inabalável e ficará ainda mais forte”, escreveu o primeiro-ministro indiano no X.
Há mortos, incluindo turistas indianos e de outros países, e dezenas de feridos que recebem tratamento médico.
O que se sabe sobre o ataque
O incidente de tiroteio ocorreu próximo à cidade turística de Pahalgam, a aproximadamente 90 quilômetros de Srinagar, a capital da região contesteada. O município, situado nos Himalaias, é conhecido como a “Suíça Indiana” devido ao seu interesse turístico no inverno.
LEIA TAMBÉM!
O ministro-chefe da Caxemira, Omar Abdullah, afirmou que “o ataque é muito maior do que qualquer coisa que tenhamos visto direcionado a civis nos últimos anos”.
Segundo informações da mídia indiana, a Frente de Resistência (TRF), uma vertente do grupo extremista Lashkar-e-Taiba, assumiu a autoria do ataque a tiros.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O grupo Lashkar-e-Taiba orquestrou uma série de ataques em Mumbai, em novembro de 2008, que resultaram na morte de 175 indivíduos.
O governador da região, Manoj Sinha, censurou “o covilho ataque terrorista contra turistas”. “Asseguro a todos que os responsáveis por este ato desprezível não escaparão”, declarou.
O incidente foi condenado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que teve uma conversa telefônica com Modi para expressar seu “apoio total”, conforme declarado pelo Ministério das Relações Exteriores da Índia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que “a Europa estará com vocês”.
Caxemira atrai visitantes mesmo com os perigos envolvidos.
A Caxemira é palco de uma forte disputa entre a Índia e grupos rebeldes da região, majoritariamente muçulmana, que conduzem uma insurgência desde 1989. O objetivo do grupo é alcançar a independência ou a união com o Paquistão, que também reivindica a totalidade da Caxemira.
O Paquistão nega que sua militância financie o conflito na Caxemira. O país afirma que apenas apoia as reivindicações de autonomia da região. Dezenas de milhares de civis, rebeldes e forças governamentais perderam a vida nesse conflito.
A Índia estima possuir cerca de 500 mil soldados em seu território. Os confrontos foram reduzidos após a decisão do governo Modi de anular a autonomia da Caxemira em 2019.
Desde então, as autoridades têm promovido intensamente a região montanhosa como destino de férias – tanto para esquiar nos meses de inverno quanto para fugir do calor intenso no verão.
Em 2024, cerca de 3,5 milhões de turistas visitaram a Caxemira, segundo dados oficiais. Em 2023, a Índia organizou uma reunião de turismo do G20 em Srinagar, com medidas de segurança reforçadas, buscando demonstrar que a “normalidade e a paz” estavam sendo restabelecidas após uma intensa repressão.
Consulte outras reportagens como esta, produzidas pela Deutsche Welle, parceira do Metrópoles.
Fonte: Metrópoles