Trabalhar, porém, menos
É mais vantajoso considerar o 1º de maio como o dia da luta dos trabalhadores pela redução da jornada de trabalho.

Feliz Dia Internacional dos Trabalhadores.
Se você não suporta mais uma fábula sobre o primeiro de maio e a forma triunfal como foram reduzidas para oito horas diárias de trabalho, considere que isso ocorreu há mais de 100 anos.
Ainda é comum trabalhar oito horas diárias.
Obtém-se mais com o 1º de maio como o dia em que os trabalhadores lutam para trabalhar menos do que na década anterior.
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Eles trabalhavam até oito horas por dia, mas também trabalhavam 10 e 12 horas.
Não é o número 8 que é mágico: é o ser menor que 9, 10, 11, 12 e por aí adiante.
Não é o número oito que é a conquista: é o sinal que significa menos.
O avanço se dá pela diminuição gradual do tempo de trabalho. Em um futuro de 100 anos, se as coisas seguirem conforme o planejado, a jornada semanal será de 15 horas, embora a busca seja por uma semana de 12 horas.
Doze horas já é demais: o despertar, a viagem, a tolerância, o incômodo, o cansaço, o dever de retornar. Todas estas coisas são rígidas e não há como evitá-las. A vitória não reside na semana de 40 horas.
É necessário forçar os empregadores a remunerar igualmente, mesmo com horários de trabalho reduzidos. Considerando que não há aumentos salariais, é preciso que haja uma compensação por hora trabalhada.
Não são as conquistas que satisfazem: são as recompensas da luta.
Os trabalhadores estão exigindo e os empregadores estão cederam: é este processo contínuo que deve ser comemorado.
A batalha deve continuar, não há espaço para celebrações, e a satisfação não pode ser demonstrada abertamente.
A resposta a “eles comem tudo” é “nós queremos mais”. Ou mais dinheiro ou mais tempo. E assim já não será tudo o que comem, mas um pouco menos.
Tenha cuidado com os chefes que parabenizam os trabalhadores pelas realizações de maio.
Não seriam sucessos se os empregadores renunciassem prontamente de forma incondicional.
A inflação é uma realidade. Contudo, a redução das horas de trabalho também deveria ser considerada: seria profundamente injusto se os preços aumentassem, exigindo que eu trabalhasse mais para cobri-los.
Transcrito do Público
Fonte: Metrópoles