Tribunal de Contas da União avalia que o governo Lula não obteve resultados significativos em áreas com altos investimentos
O TCU examina dez programas que correspondem a 72,5% do orçamento da União; o Bolsa Família alcançou 100% da meta.

A análise do TCU aponta que os programas do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os maiores custos para o erário público exibem baixa eficiência. O órgão examinou as metas estabelecidas no primeiro ano do PPA (Plano Plurianual) 2024-2027 em 10 áreas que somam 72,5% do Orçamento da União.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
De acordo com o parecer, o governo não atingiu as metas nas áreas de Previdência, saúde e educação superior. O Bolsa Família foi o único programa com 100% dos objetivos alcançados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A análise dos resultados de 2024 demonstra que a administração federal obteve avanços inegáveis em programas com modelo de gestão maduro – como o Bolsa Família – e registrou progresso parcial em Previdência, saúde e educação superior, conforme apurado no parecer do ministro Jhonatan de Jesus, relator das contas presidenciais. A íntegra (PDF – 378 kB) está disponível.
LEIA TAMBÉM:
● Anistia para o dia 8 de janeiro não é tema da população, afirma Gleisi
● O Botafogo efetua pagamento de R$ 142 mil diários à Fifa referente a custos adicionais nos Estados Unidos
● Trump afirma que não pretende estender o período para negociações de acordos comerciais
Contudo, apresentou desempenho inadequado em infraestrutura logística, educação básica e ações setoriais, setores cruciais para impulsionar a produtividade e diminuir as disparidades regionais.
Identificam-se restrições institucionais contínuas: carência de pessoal qualificado, insuficiência orçamentária e deficiências na articulação federativa são apontadas pelos gestores em quase todos os programas que apresentaram falhas, “explicação que, embora válida, demonstra padrão estrutural de dificuldades de planejamento e coordenação”, constata o documento.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O TCU apontou a existência de “obras paralisadas, prazos de análise de benefícios acima do legal e metas abandonadas no 1º ano do PPA”.
O TCU considerou que os programas em análise constituem a base fundamental das políticas públicas, incluindo previdência, transferência de renda, educação em todas as suas modalidades, saúde básica, infraestrutura de transportes, recursos hídricos, desenvolvimento regional e mineração.
Assim, o desempenho consolidado é uma avaliação razoável da aptidão do governo em converter recursos financeiros em vantagens concretas para a população.
O Ministério do Planejamento e Orçamento afirmou que a análise do TCU demonstra a importância do PPA na identificação de desafios na implementação das políticas públicas.
Esses desafios são estruturais devido ao resultado de anos de precarização das capacidades estatais. O governo atual está empenhado na reorganização e reconstrução dessas capacidades, afirmou.
O cenário mais crítico ocorre na mineração. O governo buscava diminuir o nível de emergência nas barragens em 10%. Contudo, esse nível elevou-se 14%. De acordo com o TCU, “preocupa-se que não seja atingido o objetivo de o setor mineral se tornar sustentável, seguro e atraente para investimentos até 2027”.
O Ministério dos Transportes afirmou que os técnicos do TCU consideram os dados apresentados pelo governo no PPA. A instituição aponta questões decorrentes do governo anterior.
O secretário executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, afirmou ao Estadão: “Quando a gente entrou na gestão, a gente teve que fazer projeto, licitar e contratar. Faz muito sentido no meu 1º ano de PPA estar começando a consolidar o que fizemos no início do governo. É bem natural isso”. Ele acrescentou: “Aqui não é igual eu fazer um campinho de futebol e entregar. Aqui eu tenho normas muito rígidas de engenharia sendo cumpridas”.
O Ministério da Previdência Social não forneceu resposta ao contato do jornal.
O Ministério da Educação afirmou ter compromisso com a melhoria contínua da gestão pública e educação de qualidade. O órgão declarou ter realizado uma ampla revisão dos programas para que os objetivos e as metas de entrega sejam mais realistas. “As recomendações do Tribunal de Contas da União são consideradas como subsídios para aprimoramento das políticas e ações do setor”, afirmou.
O Ministério da Saúde afirmou estar “em processo de revisão da matriz de monitoramento e avaliação da Atenção Primária”. Segundo o órgão, “o novo modelo de financiamento valoriza o desempenho no atendimento, incentivando melhorias contínuas”.
Fonte por: Poder 360