Tribunal nega pedido de Augusto Melo para revogar acusação VeideBet

A desembargadora indeferiu o pedido de liminar apresentado pelo presidente afastado do Corinthians, alegando a ausência de constrangimento ilegal no caso.

30/07/2025 8h44

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(Imagem de reprodução da internet).

A desembargadora Maria Cecília Leone, da 8ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, indeferiu na terça-feira (30.jul.2025) o pedido de liminar em habeas corpus apresentado por Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians. O dirigente buscava anular a denúncia relacionada ao contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet, porém não apresentou provas de ilegalidade.

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O argumento da defesa de Melo sustentou que os Relatórios de Inteligência Financeira do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) foram elaborados sem a devida autorização judicial. A juíza declarou que medidas liminares em habeas corpus são concedidas unicamente em situações de flagrante ilegalidade, o que não foi comprovado no caso.

Esta é a segunda tentativa malsucedida da defesa de Augusto Melo para conseguir a medida. A desembargadora também declarou que os réus ainda não foram citados para apresentar defesa prévia, considerando o momento processual inadequado para análise de possíveis nulidades.

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O caso teve início em janeiro de 2024, quando o Corinthians, sob a gestão recém-iniciada de Melo, firmou acordo de patrocínio com a VaideBet no valor de R$ 370 milhões por 3 anos. A Rede Social Media Design, empresa de Alex Cassundé, foi designada como intermediária e teria direito a R$ 25 milhões pela intermediação.

A empresa obteve R$ 1,4 milhão, em duas parcelas de R$ 700 mil, transferidas sem a autorização do então diretor financeiro do clube. As investigações da Polícia Civil de São Paulo e do Ministério Público indicam que o dinheiro percorreu um caminho complexo.

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Da empresa Cassundé, os valores foram repassados à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, considerada de fachada pela polícia. Após passar por outras empresas, como a Victory Trading Intermediação, um montante de R$ 1.074.150,00 chegou à UJ Football, agência de gestão esportiva pertencente a Ulisses Jorge.

O presidente do Corinthians encontra-se afastado de suas funções desde o final de maio de 2025. Adicionalmente, são acusados os ex-diretores Marcelo Mariano, Sérgio Moura e o empresário Alex Cassundé. Eles respondem pelos delitos de associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto.

Em 9 de agosto, os membros do clube promovem uma votação para determinar se Melo será alvo de destituição ou se reassumirá o cargo. A promotoria pede que os denunciados compensem o Corinthians em R$ 40 milhões e solicita o bloqueio de ativos de pessoas físicas e jurídicas envolvidas.

A acusação sustenta que os procedimentos foram complexos e irregulares, desde a saída dos recursos do Corinthians até o pagamento da comissão alegada pela suposta mediação contratual.

A denúncia revela que mais de um milhão de reais circularam por empresas manifestamente fantasmas e, aparentemente, serviram como intermediárias de valores obscuros provenientes de estruturas criminosas e de empresas, notadamente utilizadas para as mais diversas formas de lavagem de capitais.

A UJ Football, que recebeu uma parcela dos valores, foi depois ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital) por Antônio Vinícius Lopes Grizbach, empresário assassinado em novembro no aeroporto de Guarulhos. A VaideBet cancelou a parceria em junho de 2024, ativando uma cláusula de combate à corrupção no contrato e alegando prejuízos à sua reputação.

Fonte por: Poder 360

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