Trump acusa Biden de ter sido influenciado por forças ocultas no governo
Republicano alega “declínio cognitivo” de Biden e afirma que o país deve saber se o democrata autorizou suas decisões.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), determinou uma investigação para verificar se a equipe do ex-presidente Joe Biden (Partido Democrata) encobriu a suposta perda de sua capacidade mental. Segundo o comunicado, a ação visa apurar se os assessores utilizaram a autopen – uma caneta automática que replica assinaturas em documentos oficiais.
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Eles precisam identificar quem utilizava aquela caneta tinteiro. Caso fosse alguém, essa pessoa estava, na realidade, ocupando o lugar do presidente dos Estados Unidos, declarou Trump, conforme o comunicado, cujo propósito era “investigar quem exerceu o poder executivo durante o governo Biden”.
O documento completo (PDF — 186 kB), divulgado na quarta-feira (4.jun.2025), está disponível em inglês. A Casa Branca publicou em seu site um comunicado com declarações de Trump. Eis a íntegra (PDF — 186 kB).
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De acordo com o jornal digital Politico, outros presidentes dos EUA, incluindo Barack Obama (Partido Democrata) e Donald Trump, têm utilizado canetas automáticas para assinar documentos há muito tempo.
Trump, contudo, utiliza esse dado como argumento para sustentar o que tem sido divulgado em notícias recentes na mídia americana: que a aptidão de Biden teria se enfraquecido ao longo de seu tempo na Casa Branca – algo que o ex-presidente desmente.
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Não existem provas de que assessores de Biden tenham utilizado a caneta automática para tomar decisões em detrimento do então presidente ou que tenham agido em seu nome. O Departamento de Justiça sempre considerou válido o uso de caneta automática, desde que o próprio presidente fosse o autor das decisões.
Uma investigação será conduzida pelo conselheiro da Casa Branca, David Warrington, e pela chefe do Departamento de Justiça, Pam Bondi. O memorando determina que se identifiquem atividades dos assessores de Biden que teriam como propósito ocultar do público a deterioração da capacidade cognitiva do ex-presidente, como, por exemplo, a possível alteração de vídeos e a assinatura de documentos, principalmente nos dois últimos anos de seu mandato.
O documento intitulado “Revisando certas ações presidenciais”, assinado por Trump, classifica o uso supostamente abusivo da caneta automática como uma “conspiração [que] representa um dos escândalos mais perigosos e preocupantes da história dos Estados Unidos”.
Em resposta às acusações, Biden enviou um comunicado ao Politico:
Deixe-me ser claro: eu tomei as decisões durante minha presidência. Eu tomei as decisões sobre os indultos, os decretos, a legislação e as proclamações. Qualquer sugestão de que eu não o fiz é ridícula e falsa. Isso não passa de uma distração por parte de Donald Trump e dos republicanos do Congresso que estão trabalhando para aprovar uma legislação desastrosa que cortaria programas essenciais como o Medicaid e aumentaria custos para famílias norte-americanas, tudo para pagar por cortes de impostos para os ultra-ricos e grandes corporações.
As discussões sobre o estado mental de Biden ganharam novo impulso nas últimas semanas após revelações de que assessores e funcionários da Casa Branca tinham conhecimento do declínio da capacidade do ex-presidente e, ainda assim, não agiram para intervir. Essas informações foram trazidas à tona pelo livro “Original Sin” (Pecado Original, em tradução livre), escrito pelo âncora da CNN, Jake Tapper, e pela jornalista Alex Thompson, da Axios.
A investigação ressalta os indultos concedidos por Biden em seus últimos dias no cargo, que evitaram, de forma preventiva, a punição de certos oponentes políticos de Trump.
Em dezembro, Biden concedeu um perdão “total e incondicional” ao seu filho Hunter Biden, que estava sendo processado pelo Departamento de Justiça.
Trump tem criticado essa prática há meses. Em 17 de março, o presidente publicou na rede Truth Social que os indultos concedidos por Biden seriam “declarados nulos, vagos e sem efeito adicional” por terem sido assinados com a caneta automática.
Fonte por: Poder 360