O presidente Donald Trump afirmou, no sábado (10), que houve “grande progresso” nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, em meio a um possível desgelo na guerra comercial provocada por suas tarifas.
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Reunião muito boa hoje com a China, na Suíça. Muitas coisas foram discutidas, muitas foram acertadas. Uma redefinição total foi negociada de forma amigável, mas construtiva. Queremos ver, para o bem da China e dos EUA, uma abertura da China aos negócios americanos. GRANDE PROGRESSO FEITO!!!
Foi o primeiro comentário de Trump após um dia de negociações em Genebra entre autoridades americanas, incluindo o Secretário do Tesouro, Scott Bennett, e o Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer, e autoridades chinesas.
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Uma fonte informada sobre as reuniões disse à CNN que as negociações continuarão neste domingo (11).
No início da semana, Bessent solicitou ao público que não esperasse um grande acordo comercial nas reuniões, mas reconheceu que foi um passo importante nas negociações.
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O vice-primeiro-ministro He Lifeng está conduzindo as negociações do lado chinês, informou a emissora estatal CCTV em um breve relatório.
A agência de notícias estatal chinesa Xinhua considerou as negociações na Suíça “um passo importante para resolver o problema”.
Contudo, uma solução definitiva exige paciência e determinação estratégica adequadas, juntamente com o apoio justo da comunidade internacional, afirmou a Xinhua.
Os Estados Unidos aplicaram uma tarifa mínima de 145% sobre a maioria das importações chinesas, e a China respondeu com uma tarifa de 125% sobre a maioria das importações americanas. o comércio entre os dois países está caindo significativamente, segundo especialistas em logística.
Reduzir essa alíquota pela metade pode não ser suficiente para alterar significativamente os níveis de comércio. Economistas afirmam que 50% é o limite decisivo para o retorno de uma relação comercial relativamente normal entre os dois países.
Após Bessent e Greer partirem para a Suíça, Trump propôs diminuir os impostos sobre produtos chineses para 80%, ao mesmo tempo em que solicitava que a China “abrisse seu mercado para os Estados Unidos”.
A taxa de 80% sobre a China é praticamente definida, afirmou Trump em publicação no Truth Social.
O aumento do número de produtos importados e o encarecimento das importações já começou a elevar os preços para os consumidores americanos.
Especialistas do Goldman Sachs afirmaram na quinta-feira que uma medida-chave da inflação atingiria 4% até o final do ano, impulsionada pela guerra comercial de Trump.
Com navios transportando mercadorias com tarifas de 145% chegando ao porto, um acordo comercial não reduziria os preços imediatamente.
Afirmar que os americanos dependem de uma vasta gama de produtos chineses é minimizar sua presença na vida cotidiana.
Calçados, roupas, eletrodomésticos, microchips, artigos para bebês, brinquedos, equipamentos esportivos, peças para máquinas de escritório e outros produtos são enviados para os EUA em grande quantidade originários da China.
Agora, essas importações estão diminuindo. As importações para os Estados Unidos durante o segundo semestre de 2025 devem cair pelo menos 20% em relação ao ano anterior, conforme a Federação Nacional do Varejo.
O declínio da China se intensificará. A previsão do banco de investimento JPMorgan aponta para uma redução de 75% a 80% nas importações de lá.
Impacto econômico
A guerra comercial já impactou a economia dos EUA. O Produto Interno Bruto (PIB) do país registrou a primeira contração trimestral desde o início de 2022, com importadores buscando adquirir bens antes da aplicação de tarifas punitivas.
O aumento das tarifas também está sendo sentido intensamente na China, cujas exportações para os EUA caíram acentuadamente em abril.
As remessas chinesas para os EUA totalizaram US$ 33 bilhões no mês passado, representando uma queda expressiva de 21% em comparação com os US$ 41,8 bilhões registrados em abril de 2024, conforme apurado pela CNN.
As elevadas taxas americanas também afetaram significativamente a indústria manufatureira chinesa. A atividade industrial chinesa desacelerou em seu ritmo mais rápido em 16 meses em abril, intensificando a necessidade dos esforços de Pequim para implementar novos estímulos econômicos.
O encontro entre Bessent e Greer com seus homós chineses em Genebra elevou as expectativas de uma desescalada nas relações entre os dois países.
Estados Unidos e China representam as maiores economias do mundo, superando em tamanho a soma das vinte economias que as seguem, conforme informações do Banco Mundial.
Trump afirmou que abordaria o caso do magnata da mídia de Hong Kong, Jimmy Lai, “como parte da negociação”.
Lai, ex-editor combativo cujo jornal Apple Daily, atualmente fechado, representava um obstáculo persistente para Pequim, enfrenta um julgamento de segurança nacional que pode resultar em prisão perpétua.
A CCTV não divulgou se Lai esteve envolvido nas negociações.
Professor aponta falha estrutural na economia global.
Fonte: CNN Brasil