Trump assina decretos para fortalecer a energia nuclear nos Estados Unidos

O presidente republicano desmentiu que agilizar o processo regulatório possa prejudicar a segurança.

23/05/2025 22h55

3 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

O presidente Donald Trump assinou nesta sexta-feira, 23, uma série de ordens executivas visando estimular a produção de energia nuclear, incluindo a diminuição de regulamentações relacionadas a uma tecnologia controversa.

A ocorrência se alinha com o aumento do interesse em energia nuclear nos Estados Unidos, mesmo com os elevados custos de construção dos reatores e a questão ainda sendo considerada politicamente sensível em razão do acidente de Fukushima, no Japão, em 2011.

“Firmamos importantes ordens executivas que realmente nos transformarão na verdadeira força desta indústria”, declarou Trump aos jornalistas, ao assinar os quatro decretos no Salão Oval.

LEIA TAMBÉM:

O assessor da Casa Branca afirmou que o presidente americano almeja um “renascimento” da energia nuclear civil nos Estados Unidos, com o objetivo de aumentar a produção nuclear em quatro vezes nos próximos 25 anos.

Trump declarou que pretende desenvolver reatores menores, semelhantes aos utilizados por empresas de tecnologia e inteligência artificial, que demandam grandes quantidades de energia.

Os decretos também modificam a comissão reguladora nuclear americana, estabelecendo que as decisões relativas à construção de novos reatores devem ser tomadas em até 18 meses.

Trump afirmou que não há intenção de acelerar o processo regulatório, o que poderia colocar em risco a segurança.

Será alcançado isso muito rapidamente e com grande segurança, garantiu. “É o momento da energia nuclear, e estamos avançando com total determinação.”

Os Estados Unidos permanecem como a maior potência nuclear civil do mundo, com 94 reatores em funcionamento, porém sua média de idade está em ascensão (42 anos).

O alto responsável da Casa Branca indicou que se deseja testar e implementar reatores nucleares antes de janeiro de 2029, em uma troca de palavras com jornalistas, sem revelar sua identidade.

Crise energética

Em janeiro, Trump declarou uma “emergência energética” para expandir a exploração de petróleo e gás e revogar as políticas climáticas de Joe Biden. Contudo, Trump também investe na energia nuclear para atender à demanda energética em expansão.

Muitura dessa demanda decorre das grandes empresas tecnológicas americanas, incluindo Amazon, Microsoft e Google, que estabeleceram recentemente parcerias em energia nuclear em sua procura por fontes de eletricidade com baixo teor de carbono.

Duas empresas de energia dos Estados Unidos também estão se preparando para retomar a operação de usinas nucleares, incluindo a Three Mile Island, onde, em 1979, ocorreu o incidente nuclear mais grave da história do país.

O Secretário de Interior, Doug Burgum, afirmou que o objetivo é “gerar energia elétrica suficiente para competir com a China no campo da inteligência artificial”.

O interesse de Trump em promover a mineração e o enriquecimento de urânio também demonstra que os Estados Unidos importam a maior parte deste metal essencial para o funcionamento das usinas nucleares.

Em 2023, os Estados Unidos adquiriram a maior parte do urânio de Canadá, Austrália, Rússia, Cazaquistão e Uzbequistão, contudo, em 2024, implementaram a proibição de importações da Rússia em razão da invasão da Ucrânia por parte de Moscou.

A energia nuclear tem apresentado um crescimento recente, com os países buscando alternativas energéticas sem carbono e lidando com o aumento dos preços devido à guerra na Ucrânia.

A França, que permanece sendo o país mais nuclearizado por habitante, com 57 reatores, anunciou em 2022 um novo programa que prevê a construção de seis ou até 14 reatores, com o primeiro esperado para 2038.

A China figura atualmente empatada com a França, possuindo 57 reatores em seu território e outros 27 em construção. A Rússia, por outro lado, permanece como o maior país exportador de usinas nucleares, com 26 reatores em construção, dos quais seis estão em seu próprio território.

Fonte: Carta Capital

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.