Trump deve aceitar o jato particular do Catar e utilizá-lo como aeronave presidencial
A medida é inédita e suscita preocupações éticas e jurídicas; a fonte declarou que a ação representaria um “pesadelo de segurança”.

O governo dos Estados Unidos deverá receber um jato executivo da família real do Catar, que será adaptado para uso como aeronave presidencial durante o segundo mandato de Donald Trump, informou a CNN a partir de duas fontes próximas ao acordo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A notícia foi divulgada um dia antes de Trump iniciar sua primeira viagem internacional, com destino a Doha, no Catar.
Considerando o alto valor de um Boeing 747-8, a situação é inédita e suscita questões éticas e legais.
Leia também:

Partido PKK anuncia dissolução após décadas de conflito com a Turquia

O Papa Leão XIV encontrou-se com jornalistas no Vaticano na segunda-feira (12)

Israel não se compromete com cessar-fogo, apenas com a libertação de reféns
Um oficial do Catar declarou que a aeronave está sendo doada tecnicamente pelo Ministério da Defesa do Catar ao Pentágono, caracterizando-a mais como um acordo entre governos do que uma transação pessoal.
O Departamento de Defesa adaptará o avião para uso do presidente, com recursos de segurança e modificações.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A intenção é que o avião seja doado à biblioteca presidencial de Trump após sua saída do cargo, assegurando que ele possa continuá-lo a utilizar.
Afirmações sobre um jato que o Catar estaria presenteando ao governo dos Estados Unidos durante a próxima visita do presidente Trump são imprecisas, declarou Ali Al-Ansari, adido de imprensa do Catar nos EUA.
A possível transferência de uma aeronave para uso temporário como Air Force One [avião da Presidência dos EUA] está sendo atualmente considerada entre o Ministério da Defesa do Catar e o Departamento de Defesa dos EUA, mas o assunto permanece sob análise pelos respectivos departamentos jurídicos e nenhuma decisão foi tomada.
A ABC News foi a primeira a divulgar a notícia da possível chegada de novos aviões.
Fonte avalia como “pesadelo de segurança”.
Na Agência de InteligênciaAmericana, a possibilidade de doação de um avião por um governo estrangeiro para uso presidencial é considerada um “pesadelo de segurança”, afirmou uma fonte à CNN.
A fonte ressaltou que a Força Aérea dos EUA teria que desmontá-lo em busca de equipamentos de vigilância e inspecionar a integridade do avião.
O ex-presidente Trump e seus assessores examinaram a aeronave no início deste ano no aeroporto de Palm Beach, Flórida, e estima-se que ele possa estar em operação em até dois anos, informou uma fonte da CNN.
Após a visita, Trump exclamou para seus arredores sobre o requinte da aeronave.
O presidente Trump está visitando um novo avião da Boeing para verificar o novo hardware/tecnologia, declarou o diretor de comunicações da Casa Branca, Steven Cheung, em comunicado.
Problemas com a aeronave Air Force One fabricada pela Boeing.
A Boeing enfrenta atrasos na reforma de dois jatos 747, que serão convertidos em aeronaves presidenciais de última geração.
Os aviões estavam previstos para serem entregues até 2022, e agora não devem chegar antes de 2027.
Cheung argumentou no início deste ano que a presença de Trump no avião em Palm Beach “destaca o fracasso do projeto em entregar um novo Air Force One no prazo previsto, considerando que o atraso já soma cinco anos”.
O contrato de US$ 3,9 bilhões da Boeing para substituir os dois jatos presidenciais dos EUA, Air Force One, representou um custo elevado e uma situação delicada.
A empresa já reportou prejuízos totalizando US$ 2,5 bilhões com o programa, denominado VC-25B, desde que assumiu a responsabilidade por um aumento excessivo nos custos.
Os dois jatos em operação, identificados pelas letras de código VC-25A e conhecidos como Air Force One quando o presidente está a bordo, estão em serviço há quase 35 anos, desde o mandato de George H.W. Bush.
A substituição dos aviões tem sido uma prioridade para Trump, que se mostra profundamente frustrado com os atrasos.
“Não estou satisfeito com o tempo que isso demorou. Não há justificativa para isso”, declarou Trump a repórteres a bordo da Air Force One em fevereiro.
Ele declarou que não buscaria a concorrência europeia da Boeing, a Airbus, mas avaliaria a aquisição de um 747 empregado e a contratação de uma empresa para sua modernização e utilização como Air Force One.
Transformar um avião em aeronave presidencial.
O desafio reside na conversão de um Boeing 747 convencional em uma unidade de comando e comunicações, segundo Richard Aboulafia, diretor administrativo da AeroDynamic Advisory, conforme avaliado para a CNN.
Devem ser capazes de proteger seus ocupantes de ataques de mísseis ou até mesmo das ondas de choque de uma explosão nuclear.
É possível ter um avião particular a qualquer momento, mas é extremamente difícil manter comunicações criptografadas e gerenciar as Forças Armadas e o governo federal em qualquer lugar do mundo, sob qualquer circunstância.
Betsy Klein, Kylie Atwood, Chris Isidore e Josh Campbell, da CNN, colaboraram nesta reportagem.
Fonte: CNN Brasil