Trump e Xi buscam solução para crise na soja e impacto no mercado americano

Cúpula Trump-Xi e Impacto no Mercado de Soja

Antes da cúpula entre Donald Trump e Xi Jinping, a Reuters reportou que a estatal chinesa COFCO adquiriu três lotes de soja dos Estados Unidos, representando as primeiras compras de soja da China em 2023. Essa movimentação se deve à interrupção da produção americana, afetada pela guerra comercial entre os dois países.

Produtores de soja americanos enfrentam dificuldades desde que a China, outrora principal comprador de soja americana, suspendeu as compras no início do ano. O mercado ainda não demonstra sinais de uma retomada significativa na demanda por soja dos EUA, especialmente com a China expandindo suas aquisições de soja da Argentina, um país que atua como intermediário na disputa comercial.

A paralisação de medidas governamentais ainda impede o avanço de um pacote de apoio aos produtores de soja, mas a cúpula com a China, prevista para esta semana, poderá trazer algum movimento. Xi Jinping demonstra particular atenção à questão da agricultura, conforme destacado pelo chef José Andrés durante o Food and Agriculture Policy Summit em Washington, D.C.

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Andrés ressaltou que Xi é, provavelmente, o líder mundial mais focado na agricultura, devido à sua experiência em uma área rural enfrentando a fome. Ele compareceu à cúpula do G20 em 2023 para se encontrar com produtores de arroz na China, uma demonstração incomum entre os chefes de estado.

Preços da Soja em Alta

Os preços da soja atingiram um patamar elevado, registrando um aumento de mais de 11% desde julho do ano passado. A commodity, principal exportação agrícola dos Estados Unidos, está no centro da disputa comercial entre EUA e China, impactando diretamente os produtores americanos.

A soja é o principal produto agrícola de exportação dos EUA, com a China sendo o maior comprador, responsável por mais da metade das exportações americanas. No entanto, o país asiático ainda não realizou compras de soja para a nova temporada, utilizando a dependência dos agricultores americanos como instrumento de pressão nas negociações.

A China impôs tarifas de 10% sobre a soja americana em março e, em abril, anunciou uma tarifa adicional de 34% sobre todos os produtos dos EUA, em resposta às tarifas aplicadas pelo governo Trump. Exportadores sul-americanos, como Brasil e Argentina, aproveitaram o impasse, aumentando as exportações de soja para a China.

O presidente Donald Trump classificou o boicote chinês à soja americana como um “ato economicamente hostil” que estava causando desconforto aos produtores dos EUA. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que a China fará “compras substanciais” de soja americana conforme avançam as negociações.