Trump intensifica disputa comercial com a União Europeia e acusa empresas de telefonia
As ações de empresas do setor de títulos sofreram perdas na Europa e nos Estados Unidos, devido ao receio de novas instabilidades na economia mundial.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reativou a disputa comercial com a União Europeia (UE), ao afirmar que manterá tarifas de 50% sobre o bloco, devido à falta de progresso nas negociações.
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Paralelamente, Trump ameaçou impor sobretaxas de 25% a todas as empresas que produzem smartphones fora dos Estados Unidos, incluindo a companhia Apple.
As bolsas apresentaram quedas na Europa e nos Estados Unidos, devido ao receio de novas instabilidades na economia global, após um período de tranquilidade quando Trump firmou acordos com a China e o Reino Unido.
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Na manhã, Trump expressou seu pesar pelas negociações comerciais com o bloco europeu não estarem progredindo e anunciou que recomenda “tarifas de 50% à União Europeia a partir de 1º de junho”. À tarde, reiterou suas ameaças, após assinar decretos.
Não agiram com respeito ao nosso país. Uniram-se para se beneficiar de nós, criticou o republicano, descartando que as tarifas prejudiquem as empresas americanas. “Ajudam”, afirmou.
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Decepcionante.
As taxas de impostos aumentariam significativamente as tarifas existentes, que, em média, atingem 12,5% (2,5% antes da posse de Trump e 10% desde abril). Além disso, reativariam as tensões entre a maior economia global e seus parceiros europeus.
O comissário europeu de Comércio, Maros Sefcofic, declarou no X que a UE “está totalmente comprometida em alcançar um acordo que beneficie ambas as partes”. O comércio entre a UE e os Estados Unidos é inigualável e deve ser guiado pelo respeito mútuo, e não por ameaças. Estamos dispostos a defender nossos interesses.
O primeiro-ministro irlandês, Michael Martin, avaliou o anúncio como decepcionante e declarou que “as tarifas são prejudiciais a todas as partes”.
O ministro delegado de Comércio Exterior da França, Laurent Saint-Martin, escreveu no X: “Continuamos no mesmo caminho: desescalada, mas estamos prontos para responder”.
Em outra mensagem, que também gerou preocupação nos mercados, Trump ameaçou a Apple com novas tarifas caso a empresa não transferisse sua produção de celulares para os Estados Unidos. Na Casa Branca, ele intensificou a aposta e afirmou que todas as fabricantes sentirão o impacto das tarifas, que entrarão em vigor no final de junho.
Preocupações nos mercados
A medida de Trump representou uma ameaça ao desenvolvimento econômico mundial, devido à aplicação de tarifas de pelo menos 10% sobre a maioria dos produtos importados para os Estados Unidos. Esses impostos, que impactaram os mercados, afetaram setores específicos e incluíram tarifas alfandegárias à China, que atingiram 145% (em alguns casos, 245%), em resposta à qual Pequim implementou impostos de 125%.
Estados Unidos e Reino Unido estabeleceram uma trégua de 90 dias para suspender a maioria das tarifas, e Trump anunciou um acordo comercial com o Reino Unido, ao mesmo tempo em que negocia com outros países, como o México.
As negociações com a Europa não produziram muitos resultados. Em declarações à Bloomberg Television, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou que a taxa mínima de 10% dependia de que “os países e blocos comerciais viessem e negociassem de boa-fé”.
Os investidores reagiram aos anúncios de Trump. Na Wall Street, o índice Nasdaq desvalorizou-se 1% hoje e a ação da Apple recuou 3,02%, atingindo US$ 195,27.
As bolsas de Paris e Frankfurt recuaram 1,5%, e o índice FTSE 100, de Londres, também encerrou em baixa.
Fonte: Carta Capital