Conflito Israel-Hamas Completa Dois Anos em Negociações de Paz
O conflito entre Israel e o Hamas atingiu a marca de dois anos em 7 de novembro, em meio a uma promissora rodada de negociações de paz. Delegações israelenses e palestinas se reuniram em Sharm el-Sheikh, no Egito, para discutir um plano de cessar-fogo elaborado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A proposta americana previa a liberação dos reféns, a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza e a formação de uma administração interina no território.
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Detalhes da Proposta Americana
O Hamas aceitou parte das condições, incluindo abrir mão do controle político de Gaza e trocar os 48 reféns remanescentes por cerca de 2 mil prisioneiros palestinos. No entanto, o grupo não mencionou o desarmamento nem a supervisão internacional, pontos considerados essenciais por Israel.
Crise Humanitária em Gaza
O cenário humanitário é descrito por organismos internacionais como catastrófico. Em agosto, o Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC), ligado à ONU, declarou oficialmente estado de fome em Gaza. Mais de meio milhão de pessoas enfrentam condições “catastróficas”, sem acesso regular a comida, água e medicamentos.
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Reações e Desafios
O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a privação alimentar como um “crime de guerra” e cobrou um cessar-fogo imediato. O governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, nega as acusações e atribui a crise à “má gestão do Hamas”. A destruição é quase total, com estimação de que quatro em cada cinco edifícios do enclave danificados ou destruídos. O Banco Mundial calcula os prejuízos em cerca de US$ 30 bilhões. Com o colapso da economia, o desemprego chega a 80% e quase toda a população depende de ajuda humanitária.
Negociações e Desafios Futuros
Donald Trump tenta se consolidar como mediador do conflito ao propor o plano de paz. O presidente americano enviou seu genro, Jared Kushner, e o enviado especial Steve Witkoff ao Egito para acompanhar as negociações. Trump afirmou que o Hamas está “pronto para uma paz duradoura”, mas diplomatas envolvidos nas tratativas ressaltam que ainda há incertezas sobre os pontos mais sensíveis – sobretudo o desarmamento e a governança futura de Gaza.
O Egito, que historicamente atua como mediador, chegou a chamar Israel de “inimigo” em setembro. Países como Brasil, Reino Unido, França, Irlanda, Canadá e Espanha estão entre os mais de 140 que reconhecem o Estado Palestino.
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Internamente, Netanyahu enfrenta protestos diários que pedem o fim da guerra e a liberação dos reféns. Ele tenta equilibrar-se entre as pressões populares e as resistências de aliados ultranacionalistas, como os ministros Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, contrários a um cessar-fogo.