O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na terça-feira (20) seu plano para a construção de um escudo de defesa antimíssil denominado “Golden Dome”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
De acordo com o presidente americano, o sistema teria um custo aproximado de 175 bilhões de dólares e deveria estar em funcionamento até o término de seu mandato.
Inicialmente encomendado por Trump em janeiro, o Golden Dome tem como objetivo estabelecer uma rede de satélites para identificar, monitorar e, possivelmente, capturar mísseis. O sistema poderia utilizar centenas de satélites para a detecção e rastreamento de mísseis.
LEIA TAMBÉM!
A concepção do Golden Dome se inspirou no escudo de defesa terrestre de Israel, o Iron Dome, que em uma tradução livre, significa Domo de Ferro, e que protege contra mísseis e foguetes.
Criado pela Rafael Advanced Defense Systems com o apoio dos Estados Unidos, o sistema israelense entrou em operação em 2011.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Cada unidade transportada por caminhão lança mísseis guiados por radar para neutralizar ameaças de curto alcance, incluindo foguetes, morteiros e drones aéreos.
O Domo de Ouro possui uma cobertura muito mais ampla e contempla uma vasta gama de satélites de vigilância, além de uma frota distinta de satélites de ataque, projetada para neutralizar mísseis ofensivos imediatamente após o lançamento.
De acordo com Vitelio Brustolin, pesquisador de Harvard e professor da Universidade Federal Fluminense, o sistema defendido por Trump operaria por meio de satélites de vigilância no espaço, visando interceptar mísseis destinados aos Estados Unidos durante sua trajetória ascendente.
Diferenças entre o Domo de Ouro e o Domo de Ferro
Apesar de ter inspiração no sistema israelense, a Cúpula de Ouro apresenta diferenças notáveis. Enquanto a Cúpula de Ferro israelense opera desde 2011 e abrange uma área equivalente ao estado do New Jersey, o projeto americano busca proteger um território 450 vezes maior.
Adicionalmente, o sistema israelense é projetado para interceptar mísseis de curto alcance e baixa altitude, empregando radares móveis conduzidos por pedestres. Já o Muro de Ferro visa detectar e interceptar mísseis balísticos e hipersônicos por meio de satélites em órbita, constituindo um desafio tecnológico e estratégico consideravelmente mais complexo.
A viabilidade do projeto americano é questionada em razão de seu elevado custo e potenciais vulnerabilidades defensivas. Brustolin aponta que seria imprescindível a colaboração com o Canadá e a implementação de sistemas de proteção na Groenlândia para uma cobertura mais robusta. Ademais, o aumento da sofisticação dos mísseis balísticos intercontinentais, com capacidade de manobras aéreas, complica significativamente a operação de interceptação.
Fonte: CNN Brasil