UCL celebra líder estudantil falecido durante a ditadura

Bergson Gurjão teve sua matrícula cancelada por ser membro do Partido Comunista do Brasil.

16/05/2025 22h35

2 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

A Universidade Federal do Ceará (UFC) homenageou, em 16 de maio, Bergson Gurjão Farias, estudante assassinado pela ditadura militar em 1972, com o título de graduação post mortem. A data foi selecionada por coincidir com o dia anterior ao aniversário do homenageado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Bergão Gurjão liderou o movimento estudantil na década de 1960. Foi vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e diretor do Centro Acadêmico dos Institutos de Ciências da UFC.

Durante o período da ditadura militar, o registro no curso de Química foi cancelado devido à sua atuação como membro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Participou da Guerrilha do Araguaia e, em maio de 1972, aos 25 anos, foi encontrado morto pelo Exército e classificado como desaparecido.

LEIA TAMBÉM:

Ielnia, aos 79 anos, residente nos Estados Unidos, afirma: “Bergson tinha aquele idealismo, uma consciência cívica muito grande. Quando ele desapareceu, após a gente saber da morte dele, foi aquela dor. Mas foi uma dor que a gente sabia que foi a escolha dele, que ele não fez nada disso sem pensar; era ele, a consciência dele.”

Os restos mortais de Bergson Gurjão foram encontrados na década de 1990 na região do Araguaia, no Pará, e identificados por meio de exame de DNA. Em 6 de outubro de 2009, com solenais honras de Estado, os restos mortais de Bergson Gurjão foram transferidos de Brasília para Fortaleza.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Foi realizado o velório na Reitoria da UFC e o sepultamento no cemitério Parque da Paz, ao lado de seu pai. Em 21 de fevereiro de 2010, quatro meses após o rito, sua mãe, Luiza Gurjão Farias, faleceu aos 95 anos.

“Se ele tivesse concluído o curso e recebido o diploma como todos os alunos, eu acredito que teria sido o dia mais feliz do papai e da mamãe. Para mim, é muita emoção”, disse a irmã de Bergson.

Homenagens

O líder estudantil já recebeu outras homenagens na universidade. Em dezembro de 2024, durante a comemoração dos 70 anos da UFC, foi inaugurado o Espaço Cultural Bergson Gurjão Farias, com a exposição “Sementes de Lutas: aqui está presente o movimento estudantil!”.

A UFC também formalizou o Termo de Reconciliação Histórica às ex-militares do movimento estudantil que sofreram perseguição durante a ditadura militar, incluindo processos, impedimentos de matrícula, suspensões, prisões, torturas, assassinatos e desaparecimentos.

Fonte: Carta Capital

Ative nossas Notificações

Ative nossas Notificações

Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.