Um ano após as inundações, Porto Alegre continua a utilizar sacos de areia para controlar a água
Cidade do Rio Grande do Sul emprega sistema de prevenção de inundações desenvolvido na década de 1970, porém, que se tornou vulnerável devido à ausência de manutenções.

A Prefeitura de Porto Alegre iniciou na sexta-feira, 20 de junho de 2025, o fechamento de três comportas do sistema de proteção contra enchentes na avenida Castelo Branco, principal via da capital gaúcha. A operação contempla as estruturas nos números 11, 13 e 14, que apresentaram falhas durante as cheias de 2024.
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A administração municipal, liderada pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), comunicou que se trata de um “fechamento preventivo”. Não detalhou as ações realizadas nas três estruturas após as inundações que ceifaram 184 vidas em 2024.
As chuvas que afetam o estado nos últimos dias causaram três mortes e um desaparecido. Mais de seis mil pessoas foram desabrigadas. Em total, cento e sete municípios foram atingidos.
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O governo gaúcho anunciou nesta sexta-feira (20.jun) a liberação de R$ 60 milhões para as cidades afetadas.
“Devido ao tempo de execução do carregamento dos sacos, que é maior do que o tempo de fechamento das portas, decidimos realizar a operação neste momento, proporcionando maior tranquilidade aos moradores para o restante da temporada de chuvas”, declarou Bruno Vanuzzi, diretor-presidente do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos).
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A declaração de Vanuzzi não esclarece o estado das três comportas fechadas. A prefeitura da capital gaúcha afirma que o fechamento dos portões leva menos de uma hora. O chefe do Dmae disse no comunicado que o Dmae optou pelo fechamento com “bags” – procedimento que é “mais demorado”.
A prefeitura de Porto Alegre informa sobre as comportas:
O Poder360 revelou, em reportagem de 12 de maio de 2024, como a falta de manutenção expôs o sistema de prevenção de enchentes de Porto Alegre a vulnerabilidades, com falhas de até 10 cm entre as comportas e o muro. Sebastião Melo afirmou ser o “13º prefeito do sistema, que iniciou-se em 1970”.
O Poder360 contatou a Prefeitura de Porto Alegre e o governo do Rio Grande do Sul por e-mail e ligação para questionar o motivo de as comportas ainda necessitarem ser fechadas com sacos de areia. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.
Em julho de 2024, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a liberação de R$ 6,5 bilhões para obras de macrodrenagem no Rio Grande do Sul. Deste montante, R$ 2 bilhões seriam destinados à reconstrução de diques, comportas e bombas na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os demais R$ 4,5 bilhões seriam aplicados em projetos de prevenção de enchentes nas demais cidades do estado. Um ano após as inundações, os recursos ainda não foram utilizados.
Fonte por: Poder 360