Um estudo aponta que, em dois anos, pelo menos 55 ativistas de direitos humanos foram assassinados

Investigação denominada ‘Na Linha de Frente’ aponta que 80,9% dos casos foram direcionados contra indivíduos que atuam na defesa ambiental e territorial…

12/08/2025 8:24

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Um estudo aponta que, em dois anos, pelo menos 55 ativistas de direitos humanos foram assassinados
(Imagem de reprodução da internet).

Pelo menos 55 ativistas de direitos humanos no Brasil foram assassinados em 2023 e 2024. A informação consta do estudo “Na Linha de Frente”, publicado na segunda-feira (11) pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos. Além dos assassinatos, o estudo aponta para 96 ataques, 175 ameaças e 120 episódios de criminalização. Foram identificados, no total, 486 casos de violência (298 em 2023 e 188 no ano passado).

“Observamos, na realização desta segunda edição, que a violência contra defensores e defensoras de direitos humanos persiste. Não basta uma esfera do poder público atuar na defesa dos direitos humanos, no âmbito do Executivo federal, por exemplo”, declarou o coordenador da Terra de Direitos, Darci Frigo, na divulgação do estudo.

Ele recorda que, segundo o levantamento, existem forças políticas regionais ou locais que se mobilizam para impedir esses avanços, utilizando a criminalização por meio do Poder Judiciário ou da violência. Uma forma de violência, com essa característica, foi o assassinato de Maria Bernadete Pacífico, ocorrido em sua residência na comunidade quilombola de Pitanga dos Palmares, na Bahia.

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A cada 36 horas

O estudo destaca que, apesar da diminuição no número total de casos em 2024, a incidência de violência contra defensores de direitos humanos é de um caso a cada 36 horas no Brasil. Os pesquisadores alertam que 80,9% dos casos registrados nos dois anos foram contra aqueles que atuam na defesa ambiental e territorial, sendo 87% dos assassinatos motivados por essa razão. Policiais militares foram acusados em 45 episódios de violência, incluindo pelo menos cinco mortes. Armas de fogo foram utilizadas em 78,2% desses crimes.

Dos 55 assassinatos, 78% das vítimas eram homens cisgêneros, 36,4% eram negras e 34,5% indígenas. O estudo identificou 12 assassinatos de mulheres defensoras de direitos humanos, sendo que duas eram trans. O Pará lidera o ranking nacional de violência contra pessoas defensoras dos direitos humanos, com sede da COP30 em novembro deste ano. Foram registrados 103 casos em dois anos. Desses, 94% foram contra pessoas que atuam na defesa do meio ambiente e dos territórios.

Rotas

De acordo com Sandra Carvalho, cofundadora e coordenadora do programa de Proteção de Defensores/as de Direitos Humanos e da Democracia da Justiça Global, é fundamental que o Brasil fortaleça a política pública de proteção por meio da institucionalização de um sistema nacional. “Sobretudo, é importante que avance nas investigações e na responsabilização de pessoas que cometem crimes de ameaças, homicídios, atentados, entre outros, enfrentando o grave quadro de impunidade”.

Diante do cenário de violência persistente, as organizações recomendam ações articuladas entre os poderes da República, estados e municípios. O estudo exige do governo brasileiro o cumprimento integral do Acordo de Escazú, tratado internacional que trata do acesso à informação, à participação pública e à proteção de defensores ambientais na América Latina e no Caribe.

Fonte por: Jovem Pan

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