Você já ouviu falar do asteroide que matou os dinossauros há mais de 66 milhões de anos? Mas como uma pedra gigante pode ter afetado todo um planeta? Muitas respostas surgiram ao longo dos anos para essa pergunta.
No entanto, uma pesquisa recente publicada na revista Nature Geosciences pode ter confirmado a ideia de que a poeira levantada pelo impacto do asteroide foi a principal razão para a extinção de mais de 70% da vida no planeta.
Qual a conexão entre a poeira e a extinção dos dinossauros?
A ideia é a seguinte: apesar de não ter vitimado toda as espécies durante o impacto, a chegada do asteroide levantou quantidades exorbitantes de poeira fina do chão, a ponto de fazer com que a luz do sol fosse bloqueada em boa parte da Terra.
Isso fez com que o planeta ficasse mais frio e houvesse uma Era do Gelo temporária, o que afetou duramente as espécies antigas. Além disso, a poeira reduziu a capacidade das plantas em realizar a fotossíntese, o que teve um impacto direto na cadeia alimentar.
Uma grande nuvem de poeira, provocada pelo choque de um asteroide, foi apontada como responsável pela extinção dos dinossauros. Fonte: Getty Images.
“Os autores sugerem que o pó de silicato, juntamente com a fuligem e o enxofre, teria bloqueado a fotossíntese e sustentado um impacto no inverno por tempo suficiente para causar o colapso catastrófico da produtividade primária, gerando uma reação em cadeia de extinções”, disse o comunicado dos pesquisadores à imprensa. A poeira teria ficado suspensa por até 15 anos, o que seria o suficiente para causar mudanças bruscas em todo o planeta.
- De acordo com um estudo recente, os ancestrais dos humanos viveram no mesmo período que os dinossauros. Isso significa que enquanto os dinossauros vagavam pela Terra, nossos antigos parentes já caminhavam ao seu lado.
Mas como o estudo chegou a essa conclusão? A abertura de uma “caixa preta” de milhões de anos atrás foi fundamental para os pesquisadores, no caso uma enorme “mina de poeira”. Esse depósito, localizado na Dakota do Norte, nos Estados Unidos, estava escondida a mais de um metro de profundidade, e contém grande quantidade de poeira fina do período cretáceo.
Imagem do estudo revela hipótese sobre a formação da nuvem de poeira. (Fonte: Nature Geoscience)Fonte: Nature
Essa mina fica cerca de 3 mil quilômetros ao norte da cratera de Chicxulub, que os cientistas associam ao asteroide que matou os dinossauros. Os pesquisadores usaram métodos modernos com laser para identificar partículas de silicato nas amostras, um material crucial para entender o que aconteceu.
Por isso, acredita-se que essa quantidade significativa de poeira está ligada à queda do asteroide.
Estudo novo, ideia nem tanto
Essa tese não é nova, mas antes havia sido descartada e agora foi retomada com base em novos estudos. Durante os anos 80, foi sugerido que uma nuvem de poeira teria afetado toda a vida na Terra, e isso ganhou destaque quando a cratera de Chicxulub, localizada no golfo do México, foi descoberta.
Entretanto os estudos do início dos anos 2000 descartaram a hipótese pela falta de evidências, especialmente por não terem sido encontradas amostras suficientes de poeira para sustentar a afirmação. O novo estudo divulgado muda essa perspectiva novamente, fazendo com que a tese da grande nuvem seja possível.