O jovem israelense Gavriel Yishay Barel, filho de Jayro Varella Filho, brasileiro, teve sua morte confirmada no último domingo (15). Durante o festival de música eletrônica “Universo Paralelo” em 7 de outubro, Gavriel tentou escapar do ataque do Hamas a bordo de um carro, mas o veículo foi atingido por tiros.
Na segunda-feira (16), Gavriel Yishay Barel foi sepultado em Tsefat, ao norte de Israel, na região da Galileia. Sua tia, Meire Varella, relatou a situação: “Ele e outros dois amigos entraram no carro e foram surpreendidos pelos tiros. Um dos amigos conseguiu escapar, buscar abrigo em uma casa e sobreviveu. O outro também correu, mas foi capturado e atacado junto com um grupo de 13 jovens, que foram encurralados entre a Faixa de Gaza e Israel. Quanto ao meu sobrinho, não tínhamos informações sobre o que havia acontecido.”
Ela continuou: “Ele permaneceu desaparecido até ontem, 15 de outubro, quando meu irmão soube que seu corpo havia sido encontrado e identificado. Foi um momento extremamente doloroso, pois eu estava em uma videochamada com meu irmão quando a polícia de Israel chegou e deu a notícia. Foi devastador, e as lágrimas não cessaram.”
De acordo com Meire, Gavriel nasceu em Israel em 2001, mas ele e sua família moraram brevemente em São Paulo. A família era composta por cinco filhos: Uriel, Abraham e Guittit (gêmeos), Gavriel e Yudah.
“Há 30 anos, meu irmão foi para Israel para estudar o judaísmo ortodoxo, mas durante esse período, ele chegou a retornar ao Brasil e viver brevemente em São Paulo. Gavriel sempre teve uma forte conexão com o Brasil, a ponto de sentir saudades ao voltar para Israel. Ele tinha um profundo amor pela nossa cultura, pelo futebol e pela música. Foi por isso que ele decidiu participar do festival, sabendo que lá encontraria música brasileira. Seus irmãos, no entanto, não compartilharam do mesmo desejo”, afirmou a tia.
Atualmente, o irmão de Meire reside em Haifa, ao norte de Israel, após passar por um divórcio. Por outro lado, Gavriel morava com a mãe em Ashkelon, uma cidade situada a menos de 15 quilômetros da Faixa de Gaza.
“Apesar de toda a situação complicada, meu irmão está se esforçando para manter a calma e se apegando à sua fé. Ele passará por sete dias de luto religioso e me disse que, apesar das ações do Hamas, está tentando não cultivar sentimentos de ódio.”
“Aqui no Brasil, nossa família está devastada. Meus filhos também estão profundamente abalados. Um deles, inclusive, deixou de ir à faculdade, e eu fui visitá-lo. É uma sensação terrivelmente angustiante. Estamos todos muito tristes. Desde que a guerra começou, nossa família tem estado ansiosa e preocupada.”
