Um procurador ligado a Deltan deve join a gestão de Gonet na PGR
17/12/2023 às 23h45
Procurador próximo ao ex-deputado Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba (PR), Silvio Amorim deve assumir um posto estratégico na gestão de Paulo Gonet na Procuradoria-Geral da República (PGR). Amorim deve ficar à frente da Secretaria de Relações Institucionais.
Nesta segunda-feira (18), Gonet começa a liderar a PGR e espera-se que ele já anuncie alguns membros de sua equipe.
Amorim concordou com a nova posição crítica do chefe da PGR em relação à Lava Jato durante suas conversas com Gonet. Entre 2017 e 2021, Amorim foi conselheiro do CNMP. Nesse tempo, ele votou a favor de Deltan em casos que estavam sendo analisados pelo órgão.
Em fevereiro de 2021, a defesa do hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) troca de mensagens —extraídas da Operação Spoofing— entre Amorim e Deltan em 2016 e 2017.Antes de chegar ao CNMP, Amorim trabalhou na Lava Jato.
Em uma mensagem de junho de 2016, Deltan mencionou que o procurador da força-tarefa estava deixando o grupo. Ele disse que sentirá falta do colega, mas sabia que teria uma missão muito importante pela frente. Parabenizou-o pela indicação e ofereceu sua admiração e apoio. Terminou a mensagem com um abraço, chamando-o de amigo.
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Amorim respondeu: “‘Pessoal, em poucos dias assumirei outras funções no CNMP. É chegada a hora de me despedir e dizer muito obrigado a todos vocês! Continuem esse trabalho maravilhoso! Muito obrigado pela honra que me proporcionaram de compartilhar esse momento histórico, tão de perto. Inesquecível! Contem comigo, sempre! Até a próxima, pessoal! Vão pra cima!”.
Outras denominações/prenomes/identificações
Além de Hindemburgo Chateaubriand, que será o segundo no comando da Procuradoria-Geral, Gonet escolheu Alexandre Espinosa como vice-procurador-geral eleitoral. Espinosa já trabalhou como chefe de gabinete de Augusto Aras.
A procuradora Raquel Branquinho, que liderou a Lava Jato durante o mandato de Raquel Dodge, irá assumir o cargo de diretora-geral da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU).
Fontes próximas a Gonet informaram, de forma confidencial, que Branquinho não participou de operações complicadas e é visto como um profissional competente, experiente e respeitado.
Augusto Aras convidou-a para retornar à equipe da operação na Procuradoria-Geral da República em 2020, porém ela recusou o convite.
Raquel Branquinho era uma dos seis procuradores que compunham o grupo de trabalho da Lava-Jato na PGR. Em abril de 2019, eles pediram demissão coletiva em protesto contra a então procuradora-geral Raquel Dodge. Na ocasião, o grupo citou “grave incompatibilidade” com uma manifestação enviada por Dodge ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Dodge queria que o Supremo aprovasse a delação premiada de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. No entanto, a procuradora-geral pediu para descartar partes da delação que mencionavam Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e José Ticiano Dias Toffoli, ex-prefeito de Marília e irmão do presidente da Corte, Dias Toffoli.
A secretária-geral do Ministério Público da União (MPU) continuará sendo a subprocuradora Eliana Péres Torelly de Carvalho. O procurador Carlos Fernando Mazzoco será chefe de gabinete de Gonet.