Uma imagem apresentada como evidência de “genocídio” pertencia à República Democrática do Congo, e não à África do Sul
Foto mostra velório de vítimas de conflito na República Democrática do Congo; Trump alega ser de homicídio de fazendeiros brancos.

A imagem apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), como “prova do genocídio contra brancos” na África do Sul, é, na realidade, de Congo. A informação foi divulgada na quinta-feira (22.mai.2025) pela agência de notícias Reuters.
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Verificadores de fatos apontaram que a imagem mostra trabalhadores humanitários transportando sacos contendo os restos mortais na cidade de Goma, no leste do Congo, em decorrência de combates envolvendo o grupo rebelde M23, com apoio de Ruanda.
Em fevereiro de 2025, um acordo de cessar-fogo foi autorizado pelos rebeldes após a tomada de Goma. A trégua possibilitou o enterro de mais de 2.000 vítimas do conflito.
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O presidente alegou que a imagem retratava o genocídio de brancos ao encontrá-lo com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, na quarta-feira (21.mai). “São todos fazendeiros brancos que estão sendo enterrados”, declarou o presidente.
Trump publicou uma matéria da revista conservadora “American Thinker” sobre tensões raciais na África do Sul e no Congo. A Casa Branca não respondeu às perguntas da Reuters, e a revista afirmou que a imagem foi “tirada de contexto” pelo presidente norte-americano.
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A editora-chefe da revista, Andrea Widburg, declarou que a publicação se referia ao governo “disfuncional, marxista e obsessivo por raça” de Ramaphosa e que “denunciava a crescente pressão sobre sul-africanos brancos”. A imagem foi divulgada sem créditos, apenas indicando ser uma “captura de tela do YouTube”.
O fotógrafo das imagens é o repórter da Reuters, Djaffar Al Katanty, que relatou ter precisado obter autorização dos rebeldes do M23 para acompanhar o funeral. Ele manifestou surpresa ao observar Trump segurando o material com uma foto de sua autoria.
O presidente Trump utilizou uma foto minha, a que eu fiz na República Democrática do Congo, para tentar convencer o presidente Ramaphosa de que, em meu país, indivíduos brancos são vítimas de assassinatos cometidos por pessoas negras.
Fonte: Poder 360