Skincare e Maquiagem: Uma Nova Dinâmica no Mercado Brasileiro
Se tem uma coisa que o brasileiro anda comprando sem pensar duas vezes é skincare e maquiagem com apelo natural. Marcas nascidas no viraram febre – mas crescer nesse setor não é tão simples quanto parece. Mesmo com vendas em alta, falta uma peça-chave para muita dessas marcas: dinheiro. “A maioria quebra não por falta de cliente, mas por não conseguir financiar o próprio crescimento”, afirma Bruno Pereira, fundador da Unbox, plataforma de e-commerce especializada em marcas D2C (diretamente do consumidor) de wellness, cosméticos e lifestyle.
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Para atacar esse gargalo, a Unbox acaba de levantar 15 milhões de reais com o fundo de investimento da SRM Asset. O plano é virar, além de plataforma de vendas, também a fintech das marcas de beleza e bem-estar que mais crescem no Brasil. “A gente acompanha o histórico de vendas dos clientes.
Então conseguimos oferecer crédito direto, de forma segura e automática. O parcelamento é pago com as próprias vendas do cliente”, diz Bruno.
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Com a nova rodada, a empresa quer triplicar de tamanho até 2026, oferecendo uma jornada completa: loja, checkout, logística, marketing – e agora, capital de giro. De Ribeirão Preto para o centro do e-commerce D2C. A Unbox nasceu em 2020, mas a história começa bem antes – num depósito de materiais de construção em foi ali que Bruno Pereira passou a infância ajudando os pais empreendedores.
Mais tarde, se formou em administração e trabalhou cinco anos no mercado financeiro. A virada veio quando os pais pediram ajuda para criar uma loja virtual da família. “Fiquei impressionado com a dificuldade de montar uma operação digital. Era tudo fragmentado.
Menos de 4% das empresas tinham site no Brasil”, afirma. Da frustração, surgiu a ideia: criar uma plataforma que entregasse tudo pronto — loja, checkout, pagamentos, automação e suporte. Em fevereiro de 2020, a primeira loja entrou no ar — uma marca de chocolate sem açúcar.
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Três semanas depois, a pandemia estourou e disparou a demanda por vendas online. “Tinha fila de empresas querendo entrar, mas ainda estávamos em MVP. Fomos liberando aos poucos e aprendendo na marra”, conta Bruno. Hoje, são mais de 15 mil marcas vendendo pela plataforma, com destaque para casos como Bibi, Arezzo e Boticário.
Muitas cresceram mais de 200 vezes no faturamento online em menos de dois anos. “A gente não vende só tecnologia. Vendemos um ecossistema que ajuda a escalar”, diz.
Por que o Crédito Virou o Próximo Passo
Vender mais não é sinônimo de crescer – pelo menos não no ritmo que o mercado exige. “O gargalo das marcas que vendem direto para o consumidor sempre foi capital de giro. Elas vendem mais, mas precisam antecipar produção, comprar insumos, investir em mídia”, afirma Bruno.
Foi com esse diagnóstico que a Unbox começou a testar um produto financeiro dentro da própria plataforma. A lógica é simples: a empresa já tem os dados das vendas, já processa os pagamentos e já entende o comportamento do cliente. Com isso, consegue oferecer crédito direto – e automático. “A gente criou um modelo em que o cliente paga a parcela do financiamento com uma parte da própria venda. É tudo integrado, sem boleto, sem inadimplência, sem estresse”, diz.
A análise de crédito é baseada no histórico real dos últimos três meses de operação. A estrutura foi desenvolvida em parceria com a SRM Ventures, fundo com 500 milhões de reais focado em fintechs embutidas. “Nosso modelo é ajudar empresas como a Unbox a criarem suas próprias soluções financeiras.
Eles têm o canal, os dados, e agora o capital”, explica André Szapiro, head da SRM Ventures.
