Os líderes da União Europeia analisaram novas propostas dos Estados Unidos em busca de um acordo comercial durante uma cúpula em Bruxelas na quinta-feira (26), quando a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, não rejeitou a possibilidade de que as negociações sobre tarifas possam falhar e afirmou que “todas as opções permanecem sobre a mesa”.
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O prazo está diminuindo para que o grupo alcance um acordo antes que a suspensão temporária nas tarifas seja encerrada em 9 de julho, o que poderia afetar os exportadores de automóveis e produtos farmacêuticos.
Os líderes europeus se reuniram para decidir se desejam insistir em um acordo comercial rápido ou prosseguir na busca por um acordo mais favorável, com as duas maiores economias da UE aparentemente em desacordo.
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O chanceler alemão Friedrich Merz solicitou que a UE estabeleça um acordo comercial rápido e simples, em oposição a um acordo lento e complexo.
Contudo, o presidente francês Emmanuel Macron, que também almeja um acordo comercial rápido e pragmático, declarou que seu país não aceitará condições que não sejam equilibradas.
Todas as ferramentas devem ser utilizadas para assegurar um entendimento justo e, caso a taxa básica de 10% dos EUA continue em vigor, a reação da Europa teria que ter um impacto correspondente, afirmou ele.
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“Nossa boa vontade não deve ser vista como fraqueza”, acrescentou Macron.
As autoridades francesas defenderam que a Comissão deveria apresentar uma posição mais contundente, inclusive em relação aos serviços dos Estados Unidos.
Merz declarou que os chefes de Estado europeus estavam “essencialmente unidos” no encerramento do acordo comercial do Mercosul, enquanto Macron afirmou que não poderia dar seu apoio àquele acordo em sua forma atual.
A Comissão Europeia afirmou que a UE recebeu o último documento dos EUA na quinta-feira para novas negociações e que o bloco ainda o estava avaliando.
Ela afirmou: “Estamos prontos para um acordo. Ao mesmo tempo, estamos nos preparando para a possibilidade de que não se chegue a um acordo satisfatório. todas as opções permanecem sobre a mesa.”
Um diplomata da UE descreveu o documento como um “acordo em princípio de duas páginas”, sem que detalhes específicos fossem divulgados, sendo que os Estados Unidos não desejam se envolver em setores industriais particulares.
O bloco já está sujeito às tarifas de importação dos EUA de 50% sobre seu aço e alumínio, 25% para carros e peças automotivas, além da tarifa de 10% sobre a maioria dos outros produtos da UE que Trump ameaçou que poderia aumentar para 50% sem um acordo.
A União Europeia concordou, porém não impôs, tarifas de 21 bilhões de euros em produtos americanos e está debatendo um pacote adicional de tarifas sobre até 95 bilhões de euros em importações americanas.
Uma das opções de equilíbrio da UE é um imposto sobre a publicidade digital, que impactaria empresas americanas como Google, Meta, Apple, X e Microsoft e influenciaria o saldo comercial em serviços que os EUA possuem com a UE.
Os líderes da UE também analisaram propostas para estabelecer uma nova modalidade de cooperação comercial com os países da Ásia-Pacífico, que visaria remodelar o que consideram uma Organização Mundial do Comércio ineficiente.
Merz afirmou que a ideia se encontra em suas fases iniciais, podendo contemplar mecanismos para solucionar conflitos, de forma semelhante à que a Organização Mundial do Comércio deveria adotar.
“Todos vocês sabem que a OMC não funciona mais”, afirmou ele.
O Brasil apresenta a segunda maior taxa de juros reais do mundo, após o aumento da taxa Selic.
Fonte por: CNN Brasil