Estudo Revela Cinco Eras na Organização do Cérebro Humano
Uma pesquisa recente, divulgada pela Universidade de Cambridge na terça-feira, 25, lança luz sobre a complexa evolução do cérebro humano ao longo da vida. O estudo, conduzido por uma equipe de neurocientistas, identifica cinco fases distintas na organização cerebral, marcadas por pontos de virada que ocorrem em momentos específicos da vida.
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A pesquisa, que analisou dados de 3.802 indivíduos, desde bebês até idosos de 90 anos, busca entender como o cérebro se transforma e se adapta ao longo do tempo. A neurocientista Alexa Mousley destaca a importância desse trabalho, afirmando que “essas eras fornecem um contexto importante para entendermos no que nosso cérebro pode ser melhor, ou mais vulnerável, em diferentes estágios da vida”.
As Cinco Eras do Cérebro
O estudo divide a vida em cinco eras, cada uma com uma duração específica: Época 1 – Do nascimento aos 9 anos; Época 2 – Dos 9 aos 32 anos; Época 3 – Dos 32 aos 66 anos; Época 4 – Dos 66 aos 83 anos; Época 5 – Dos 83 aos 90 anos.
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A primeira era, que se estende dos 0 aos 9 anos, é caracterizada pela consolidação das redes neurais, onde o cérebro elimina sinapses desnecessárias e molda sua arquitetura inicial. Durante essa fase, o volume da massa cinzenta e branca do cérebro aumenta, representando um período de maior vulnerabilidade para o desenvolvimento cognitivo.
A segunda era, que dura aproximadamente 33 anos, marca a fase adulta, onde a massa branca continua a crescer e as redes neurais se estabelecem. O pico do desempenho cognitivo geralmente ocorre por volta dos 30 anos, representando um ponto de virada topológico significativo.
A terceira era, que se inicia na metade da sexta década de vida, marca o início do envelhecimento da arquitetura cerebral, com mudanças mais leves em comparação com as fases anteriores. A redução da conectividade cerebral pode estar relacionada ao envelhecimento e ao aumento do risco de condições de saúde que afetam o cérebro, como a hipertensão.
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A última fase, que se estende dos 83 aos 90 anos, apresenta dados mais limitados, mas observa uma dependência de algumas regiões do cérebro e a perda de função em outras. Diferenças na organização cerebral podem prever dificuldades com atenção, linguagem e memória.
Implicações do Estudo
O estudo da Universidade de Cambridge oferece uma nova perspectiva sobre a dinâmica do cérebro humano, destacando a importância de compreender as mudanças que ocorrem ao longo da vida. Essas descobertas podem ter implicações significativas para a prevenção de doenças neurodegenerativas e para o desenvolvimento de intervenções que visem otimizar a saúde do cérebro em diferentes fases da vida.
