Universidade de Nova Iorque mantém título de estudante de graduado após declarações sobre Gaza em cerimônia de colação

Universidade americana condena declaração do estudante que acusou de “genocídio na Palestina”.

16/05/2025 8h57

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(Imagem de reprodução da internet).

A Universidade de Nova York (NYU) cancelou o diploma de um estudante que criticou o genocídio em Gaza, durante a cerimônia de formatura na quarta-feira (14), considerando a ação uma quebra do compromisso do aluno com as normas da instituição.

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Logan Rozos informou aos integrantes de sua turma que, ao procurar em seu coração para se dirigir a todos, “a única coisa apropriada a dizer neste momento e para um grupo tão grande é um reconhecimento das atrocidades que acontecem atualmente na Palestina”.

A NYU “condenou veementemente” a escolha do estudante na cerimônia da Escola Gallatin, afirmou o porta-voz da universidade, John Beckman, em comunicado após a cerimônia de quarta-feira.

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A cerimônia de formatura nos campi dos Estados Unidos acontece em meio à contínua repressão da administração Trump contra estudantes que participam de manifestações pró-palestinas.

No início deste ano, a NYU foi mencionada pelo Departamento de Justiça como tendo “enfrentado incidentes de antissemitismo”.

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Em seu discurso, Rozos classificou as ações de Israel em Gaza como “genocídio”, afirmando que se tratava de uma política e apoio militar apoiados pelos EUA e financiada com os recursos públicos.

Ele afirmou que suas observações visavam representar todas as pessoas com consciência, todos aqueles que sentiam o prejuízo moral dessa atrocidade.

A plateia manifestou aplausos quando o formando citou Gaza, e alguns professores presentes na área também aplaudiram rapidamente.

Algumas exclamações também eram audíveis na multidão.

Beckman afirmou que o orador “mentiu sobre o discurso que realizaria e infringiu o compromisso de seguir nossas normas”.

A instituição superior está suspensa na emissão do diploma enquanto apura responsabilidades disciplinares, adiantou o representante, ressaltando que a escola se mostra “profundamente arrependida de que o público tenha sido exposto a tais considerações e que este instante tenha sido aproveitado por alguém que usou de um benefício concedido”.

A CNN buscou informações adicionais com Rozos e a NYU.

A biografia do estudante não constava mais no site da Gallatin na noite de quinta-feira (15).

Formação em Crítica Cultural e Economia Política

O estudante concluiu o curso de Crítica Cultural e Economia Política e integrou a Trupe de Teatro Gallatin, conforme registro no site arquivado da instituição. Ele recebeu a nomeação dos colegas para proferir o discurso de formatura do programa, relatou a Associated Press.

A cerimônia de formatura para toda a NYU ocorreu na quinta-feira, dia 8.

Um grupo pró-Israel afirma ter entregue aos EUA uma lista de manifestantes para deportação, o que causou preocupação entre os apoiadores dos estudantes.

A Liga Anti-Difamação criticou os comentários divisivos e falsos sobre a atual guerra Israel/Hamas e expressou gratidão à NYU por sua forte condenação e busca de medidas disciplinares, conforme comunicado na rede social X.

Estamos chocados ao saber que um orador durante a cerimônia de formatura da @NYuniversity alterou seu discurso aprovado para fazer comentários divisivos e falsos sobre o conflito Israel/Hamas. Agradecemos à administração da NYU por sua forte condenação e sua busca de…

ADL Nova York / Nova Jersey (@ADL_NYNJ) 15 de maio de 2025

O Conselho de Relações Islâmico-Americanas defendeu o “discurso de formatura pró-palestino e anti-genocídio” e solicitou à NYU a revogação do diploma do orador.

O Conselho classificou as medidas disciplinares em andamento contra indivíduos que participaram de manifestações pró-palestinos como uma “traição às liberdades americanas e ao povo americano”, conforme comunicado no X.

A nova sede de Nova York da Council on American-Islamic Relations (CAIR-NY) hoje fez um forte apelo à Universidade de Nova York (NYU) para liberar um diploma retido de um estudante devido ao seu discurso de formatura pró-Palestina contra o genocídio.

CAIR Nova York (@CAIRNewYork) 15 de maio de 2025

Em 2023, estudantes e docentes da NYU foram detidos durante manifestações em universidades de todo o país.

A instituição abriu mais de 180 processos disciplinares contra estudantes e professores envolvidos em manifestações relacionadas à guerra em Gaza, conforme apurado pelo jornal estudantil Washington Square News.

Israel lançou sua ofensiva em Gaza após o ataque do Hamas em outubro de 2023, que resultou na morte de 1.200 indivíduos e no sequestro de 251 reféns.

Dados do Ministério da Saúde em Gaza indicam que a campanha militar israelense subsequente resultou na morte de mais de 53 mil palestinos.

O ministério não distingue civis e militantes.

Em janeiro, o exército israelense afirmou ter eliminado 20 mil combatentes do Hamas desde o dia 7 de outubro.

Fonte: CNN Brasil

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