UPPs Alimentam Expansão do Crime: Facções Controlam 4 Milhões no Rio em 2025

Comando Vermelho e milícias expandem controle no Rio após UPPs. Estudo revela aumento de 4 milhões de moradores sob influência criminosa em 18 anos.

04/12/2025 18:59

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(Imagem de reprodução da internet).

Não se pode negar que o problema do tráfico continuou presente na Cidade de Deus. A declaração do então secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, durante o governo do ex-governador Sérgio Cabral, refletia uma realidade preocupante: as facções criminosas não abandonaram os territórios que controlavam há décadas no Rio de Janeiro.

Expansão das Facções Durante as UPPs

O estudo “Mapa Histórico dos Grupos Armados do Rio de Janeiro”, produzido pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF) e o Instituto Fogo Cruzado, revela que o Comando Vermelho (CV), o Terceiro Comando Puro e as milícias expandiram sua influência no estado durante o período de implementação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).

A pesquisa, que se estendeu de 2018 até o presente, demonstra que o Comando Vermelho aumentou sua presença em diversas regiões do Rio de Janeiro, especialmente durante o período entre 2008 e 2015, quando as UPPs foram implantadas.

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O “Efeito Balão” e a Migração de Traficantes

Segundo o estudo, a presença da Polícia Militar nas favelas estimulou parte dos integrantes do Comando Vermelho a se estabelecerem em outras áreas da região metropolitana do Rio, principalmente na Baixada e no Leste Fluminense. Os traficantes buscavam evitar confrontos diretos com a polícia, ao mesmo tempo em que mantinham o controle sobre seus territórios originais.

Essa movimentação de grupos criminosos é conhecida como “efeito balão”.

Impacto das UPPs e Desmonte das Políticas Públicas

O sociólogo Daniel Hirata, coordenador do Geni/UFF, ressalta que, embora a expansão das facções durante a implantação das UPPs tenha sido um efeito não intencional, a política de segurança influenciou diretamente na expansão dos grupos para o interior do estado.

Ele destaca que o desmantelamento das UPPs e o sucateamento das políticas públicas de segurança no Rio de Janeiro também ampliaram o acesso das facções a regiões do estado. “O desmantelamento das UPPs entra no um contexto mais amplo de desmontagem do próprio Estado do Rio de Janeiro”, explica Hirata.

Crescimento Contínuo do Crime

Atualmente, cerca de 4 milhões de moradores – 34,9% da população – vivem sob o controle de facções e milícias. Esse número representa um aumento em relação aos 2,5 milhões de pessoas que estavam nessas condições em 2007. O estudo aponta que o crescimento do crime, especialmente entre 2016 e 2020, foi resultado de uma combinação de fatores, incluindo oportunidades no mercado imobiliário, expansão de infraestrutura urbana e a desfuncionalidade do Estado.

A expansão do controle territorial e populacional para a Baixada e o Leste Fluminense foi impulsionada pelo “efeito balão” das UPPs, mas o crescimento contínuo do crime é uma realidade que se estende por 18 anos.

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