Atraso na Assinatura do Acordo UE-Mercosul
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou confiança de que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul será assinado em janeiro, apesar de um adiamento impulsionado por preocupações e protestos de agricultores.
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O texto, negociado há 25 anos, representa a maior zona de livre comércio do mundo, com potencial para exportar produtos europeus como veículos e maquinário para o Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Em contrapartida, facilitaria a entrada de produtos sul-americanos como carne, arroz, mel e soja, considerados competitivos devido às suas normas de produção.
O adiamento do acordo, que envolvia a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu (PR), representou um revés para a Comissão Europeia e alguns países nórdicos, que buscavam a assinatura nos próximos dias. A Alemanha, Espanha e a poderosa federação alemã de indústria e farmácia (VCI) também expressaram ceticismo, com a VCI considerando a negociação uma “disputa interminável”.
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Protestos e Tensões
A situação se agravou com a mobilização de agricultores europeus, que protestaram em Bruxelas, onde cerca de 7.300 pessoas, em aproximadamente 50 tratores, participaram de uma manifestação autorizada pela polícia. Outros 950 tratores bloquearam ruas, causando incidentes e o uso de jatos d’água e gás lacrimogêneo pela polícia.
Os manifestantes denunciavam a concorrência desleal de produtos importados e a falta de garantias ambientais e sociais.
Agricultores franceses e belgas, em particular, expressaram preocupações com a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) da UE, que a Comissão Europeia busca diluir no orçamento europeu. A situação gerou tensões, com acusações de que o Mercosul não acata as normas ambientais e sociais impostas pela Europa.
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Reações e Compromissos
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu “mudanças de natureza” no texto, buscando mais garantias para os agricultores. A FNSEA, principal sindicato agrícola francês, considerou o adiamento insuficiente e instou seus membros a permanecerem mobilizados.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se reuniu com a Copa-Cogeca e assegurou o apoio da Europa aos agricultores.
A Copa-Cogeca reivindicou a participação de 10.000 manifestantes de diversos países, principalmente da França. A presidente von der Leyen assegurou que a Europa estará sempre ao lado dos agricultores.
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